Membros do governo dos Estados Unidos informaram nesta quarta-feira (4) que os Emirados Árabes Unidos deixaram a coalizão militar contra o Estado Islâmico em dezembro, após a captura do piloto jordaniano Muath al-Kaseasbeh.
O militar foi capturado na província de Raqqa, na Síria, no dia 24 de dezembro e morto queimado vivo pela milícia radical. O vídeo do assassinato foi divulgado na terça (3), embora ele tenha sido morto há um mês.
A informação foi publicada pelo jornal americano "The New York Times"e britânico "The Guardian". Segundo as publicações, o país temia pela segurança de seus soldados e por isso suspendeu os sobrevoos na Síria e no Iraque.
O afastamento foi comunicado em uma carta entregue ao Comando Central das Forças Armadas americanas, em que o país cobra maior estrutura para resgate de membros da coalizão para poder retornar aos combates.
Dentre as exigências, está o envio das aeronaves V-22 Osprey para bases no norte do Iraque, mais próximos aos campos de combate, em vez de ficarem em bases no Kuait, segundo os funcionários do governo americano.
A região é uma das áreas mais disputadas entre os combatentes iraquianos e o Estado Islâmico e começou a ser ocupada pelos extremistas em agosto. O deslocamento e massacre de milhares de pessoas na região deu início à operação americana.
Os Emirados Árabes Unidos também questionaram o governo americano por não se esforçar pela liberação do piloto jordaniano e por permitir o crescimento de milícias curdas e xiitas, que também são aliadas do Irã, com a participação no conflito.
O Comitê Central das Forças Armadas dos Estados Unidos não comentou sobre a saída dos Emirados Árabes Unidos. O país foi um dos primeiros participantes da coalizão contra o Estado Islâmico.
Foi um dos países que mais contribuiu para os primeiros bombardeios no Iraque e na Síria, chegando a usá-los como propaganda para o país quando colocou uma mulher para comandar uma das operações.
Analistas afirmam que a participação do país, da Jordânia, da Arábia Saudita e do Bahrein na coalizão é meramente simbólica, devido à falta de estatísticas das autoridades americanas e a posterior discrição dos países sobre as operações.