Folha de S. Paulo


Papa fará bate-papo com estudantes em projeto de melhoria de ensino

O papa Francisco lança nesta semana projeto que visa a atacar um problema que aflige países no mundo todo: a dificuldade de aprendizagem dos estudantes.

A opção escolhida foi o uso de tecnologia por meio de parcerias entre empresas do setor (como Google e IBM) com colégios membros de uma rede ligada ao papa.

A ideia do projeto, chamado Scholas Labs (alusão às palavras "escolas" e laboratórios"), é permitir que alunos e professores desenvolvam aplicativos ou ferramentas educacionais, com apoio dessas companhias.

Os detalhes serão apresentados nesta quinta (5), num bate-papo on-line do papa com estudantes, incluindo um brasileiro. No ano passado, Francisco já participara de uma conversa virtual na primeira fase da iniciativa.

Osservatore Romano - 13.dez.2014/Efe
Papa recebe presente durante audiência no Vaticano em dezembro
Papa recebe presente durante audiência no Vaticano em dezembro

A articulação é feita pela Scholas, rede de colégios lançada pelo papa em 2013, que reúne hoje 400 mil escolas no mundo, segundo os organizadores (2.000 no Brasil).

A rede foi criada para que colégios em diversos países trocassem experiências, tanto educacionais quanto de cultura. Alunos e professores conversam com colegas em outros países por meio de uma plataforma virtual.

Nessa segunda fase, haverá desenvolvimento de novas ferramentas, por meio das parcerias com as empresas, que ajudem no ensino.

A iniciativa conta com o apoio de figuras públicas como os jogadores Messi, da Argentina, e Buffon, da Itália.

"Queremos usar a tecnologia como meio de integração das pessoas. Colocamos em contato colégios da China e da Argentina, por exemplo", disse à Folha José Maria del Corral, diretor do Scholas.

A maior parte da rede é de colégios católicos, mas ela é aberta –há escolas judaicas, islâmicas ou sem inclinação religiosa, afirmou Corral.

O embrião da rede surgiu quando o papa ainda era arcebispo de Buenos Aires. Junto com Corral, eles criaram programa em que alunos de diferentes escolas discutiam problemas da comunidade.

O uso da tecnologia para melhorar a educação é visto por educadores como processo irreversível. Mas estudos indicam que sua simples adoção não assegura ganhos no ensino. Uma pesquisa que analisou conjunto de programas de computador usado nos EUA para melhorar a leitura dos alunos mostrou que os estudantes não tiveram melhora significativa.


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