Folha de S. Paulo


Ucrânia abre novas negociações de paz com separatistas

Tatyana Zenkovich/Efe
Negociador dos separatistas de Donetsk Denis Pushilin fala com jornalistas nesta sexta (30)
Negociador dos separatistas de Donetsk Denis Pushilin fala com jornalistas nesta sexta (30)

Uma nova rodada de negociações de paz envolvendo a Ucrânia e separatistas começou neste sábado (31), enquanto os combates entre as forças do governo de Kiev e os rebeldes apoiados pelos russos continuam no leste do país.

Os principais membros do chamado grupo de contato –o ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma, um diplomata russo e um oficial da Organização para Segurança e Cooperação na Europa– se reuniram numa residência na capital bielorrussa Minsk, onde se juntaram a dois representantes dos separatistas.

Os lados tiveram apenas uma reunião inconclusiva desde que selaram um cessar-fogo em setembro, como parte de um plano de 12 pontos para a paz. Violada desde o início, a trégua ruiu completamente com um novo avanço dos rebeldes na semana passada.

Ambos os lados se acusam de promover ataques mortais contra alvos civis nas últimas duas semanas –o mais recente aconteceu na sexta-feira (30) em um centro cultural na principal cidade de Donetsk e matou pelo menos cinco pessoas.

O plano de paz de setembro prevê a libertação de prisioneiros dos dois lados e um controle mais rígido da fronteira entre Rússia e Ucrânia, por meio da qual, segundo Kiev, Moscou estaria enviando soldados e equipamentos.

OFENSIVA SEPARATISTA

Os separatistas criaram auto-proclamadas 'repúblicas do povo', e, com o suposto apoio de 9 mil soldados russos, tomaram mais de 500 quilômetros quadrados de território para além do acertado nas conversações de Minsk, ameaçando assumir o controle de duas regiões do leste do país.

O pesado bombardeio continuou neste sábado em regiões do leste da Ucrânia, como os separatistas tentando cercar as forças governamentais próximas ao entroncamento ferroviário e rodoviário estratégico de Debaltseve.

O chefe da polícia regional Vyacheslav Abroskin, em um post no Facebook, disse que 12 civis foram mortos por um bombardeio separatista. O ministro da Defesa Stepan Poltorak disse que 15 soldados ucranianos foram mortos e 30 ficaram feridos em confrontos no leste.

Os rebeldes também continuavam a ameaçar Mariupol, uma cidade de meio milhão no sudeste do país, na costa do Mar de Azov, disse Lysenko.

Mais de 5 mil pessoas foram mortas no conflito desde abril passado, após a anexação da Crimeia pela Rússia, em resposta à destituição do presidente apoiado por Moscou em Kiev.

Sanções ocidentais contra a Rússia criaram a maior crise nas relações Rússia-Ocidente desde o fim da Guerra Fria.


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