Folha de S. Paulo


Israel terá mais 450 construções para colonos na Palestina ocupada, diz ONG

O Executivo israelense abriu nesta sexta-feira (30) licitações para a construção de 430 novas casas em assentamentos judeus no território ocupado da Cisjordânia, segundo a ONG Terrestre Jerusalém, que supervisiona as atitudes colonizadoras de Israel.

"As eclusas para os assentamentos se abriram. Pela primeira vez em meses, Israel publicou licitação para a construção de 430 novas unidades [casas] na Cisjordânia", disse por meio de um tuíte o grupo.

A organização informa que a licitação abrange 112 casas na colônia de Adam, 156 em Elkana, 87 em Alfei Menashé e 84 em Kiriat Arbá, e que por ora não incluí Jerusalém Oriental.

Além disso, segundo outra organização, a Paz Agora, haverá a construção de um hotel em Maalé Adumim e de escritórios e comércios nessa colônia e na de Imanuel. Somado às casas, o número chega a 450 novas construções.

Thomas Coex/AFP
Assentamento israelense de Adam, perto da cidade palestina de Ramallah
Assentamento israelense de Adam, perto da cidade palestina de Ramallah

A Terrestre Jerusalém enfatiza que nenhum concurso nesse sentido poderia ser publicado sem o consentimento do premiê israelense, Binyamin Netanyahu e relacionou a decisão com a proximidade das eleições, previstas para 17 de março.

O porta-voz do primeiro-ministro, Mark Reguey, disse à agência EFE que não sabia da abertura das licitações e questionou a seriedade da ONG.

Caso as informações sejam confirmadas, seria a primeira expansão israelense nos territórios palestinos ocupados em 1967 neste ano.

REAÇÃO

Importantes dirigentes da Organização para a Liberação Palestina (OLP) condenaram a atitude que, segundo a ONG, Israel tomou.

O Chefe do Departamento de Negociações da OLP, Saeb Erekat, disse que a decisão não surpreende no contexto da cultura de impunidade outorgada pela comunidade internacional a Israel.

Por sua vez, a responsável de Cultura e Informação da OLP, Hanán Ashrawi, disse que "mais uma vez, as vidas, direitos e terras dos palestinos são violados em nome das campanhas eleitorais israelenses". Ela também clamou por uma intervenção judicial internacional por parte do Tribunal Penal Internacional (TPI), órgão ao qual a Palestina aderiu no início deste ano.


Endereço da página: