Folha de S. Paulo


Países da AL e do Caribe condenam embargo dos EUA contra Cuba

Os 33 países da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) aprovaram nesta quinta (29) uma declaração condenando "de forma mais enérgica" o embargo econômico dos EUA a Cuba e pedindo o seu fim.

"[A Celac expressa] a mais enérgica condenação às medidas econômicas coercitivas não sustentadas pelo direito internacional", diz o texto.

Apoiado num pedido do ditador cubano, Raúl Castro, o bloco insta o presidente dos EUA, Barack Obama, a adotar "todas as medidas que estejam dentro de suas capacidades executivas para modificar substancialmente a aplicação do bloqueio a Cuba".

Para o grupo, o Congresso dos EUA deve iniciar "o mais rápido possível" uma discussão sobre o fim do embargo.

Apesar de o rechaço ao bloqueio ser tema constante nas declarações de blocos da região, desta vez o texto parabeniza os avanços do acordo anunciado entre Havana e Washington em dezembro e inclui uma menção de apoio.

Outras 26 declarações especiais foram aprovadas na cúpula, entre elas uma que da apoio à Argentina na sua disputa com fundos dos EUA.

Os líderes acordaram ainda um plano de ação para erradicar a fome na região até 2025 e se comprometeram a reduzir a pobreza na região.

RESTRIÇÃO A VIAGENS

No Congresso americano, senadores republicanos e democratas apresentaram nesta quinta (29) um projeto de lei para pôr fim a todas as restrições a viagens entre os EUA e Cuba.

O texto é o primeiro apresentado desde o anúncio de retomada das relações diplomáticas entre os países.

Parte das restrições já fora derrubada pelo presidente Obama, por ordem executiva, no início deste mês. A liberação total do turismo a Cuba, porém, só poderá ser aprovada pelos congressistas.

Apesar de o projeto ter apoio de congressistas do Partido Republicano, que agora tem maioria no Senado, ainda não é possível saber se ele será votado na Casa.

Uma parte dos senadores, liderada pelos congressistas cubano-americanos Marco Rubio (republicano) e Robert Menendez (democrata), opõe-se veemente à medida.

As viagens à ilha são feitas por agências com permissão especial do governo. Até este ano, só eram autorizadas para cubanos e familiares vivendo nos EUA, jornalistas e pessoas envolvidas em atividades acadêmicas ou religiosas.

Colaborou GIULIANA VALLONE, de Nova York


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