Folha de S. Paulo


Tribunal turco bloqueia páginas do Facebook que 'ofendem' Maomé

Um tribunal de Ancara, capital da Turquia, determinou que páginas do Facebook que publiquem "conteúdo ofensivo" ao profeta Maomé sejam bloqueadas no país.

A medida visa principalmente postagens que contenham a imagem da última capa do jornal francês "Charlie Hebdo", que tem uma caricatura do profeta.

Caso o bloqueio a páginas específicas não seja factível, a corte ordena que o acesso a toda a rede social seja impedido, informa nesta segunda-feira (26) o jornal "Cumhuriyet".

Divulgação
Capa do
Capa do "Charlie Hebdo" com caricatura de Maomé e frase "tudo está perdoado"

A decisão, emitida na noite de domingo (25) é parte de uma investigação da promotoria turca e foi comunicada à autoridade de Telecomunicações e à Associação de Provedores de Internet do país.

O governo turco condenou o atentado à sede do periódico, que deixou 12 mortos em 7 de janeiro, mas declarou ser igualmente contra as caricaturas que mostram o profeta do islã.

O Judiciário turco tomou medidas para impedir que os desenhos chegassem à Turquia. Juízes ordenaram o bloqueio de jornais digitais que difundiam a polêmica capa ou que mostravam fotos do jornal em bancas francesas.

O premiê da Turquia, Ahmet Davutogly, disse no domingo, num discurso na cidade de Diyarbakir (no sudeste do país) que a região "se levanta imediatamente quando há um ato que desrespeita o profeta".

Ele estava se referindo a um protesto que aconteceu na sexta (23) na cidade, convocado pelo movimento ultradireitista Hizbullah (sem relação com o homônimo libanês), onde aqueles que respaldam as publicações do "Charlie Hebdo" foram tachados como terroristas.

"Saúdo a cada um dos irmãos que protegeram o profeta", completou o primeiro-ministro.


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