Folha de S. Paulo


Vídeo atribuído ao Estado Islâmico mostra um dos reféns japoneses decapitado

Autoridades do Japão investigam a autenticidade de um vídeo atribuído à facção radical Estado Islâmico (EI) no qual um dos reféns japoneses em poder do grupo aparece decapitado. Segundo informações das agências de notícias, Haruna Yukawa, 42, aparece morto. Kenji Goto, 47, estaria vivo.

O vídeo foi postado em um site ligado à milícia islâmica e rapidamente apagado. Nesta sexta-feira (23), acabou o prazo de 72 horas que o grupo radical deu ao governo japonês para pagar US$ 200 milhões e evitar a execução dos dois reféns. O valor é o mesmo oferecido na semana passada pelo primeiro-ministro nipônico, Shinzo Abe, aos rebeldes sírios e ao governo do Iraque para ajudar no combate à milícia em seus territórios.

Tóquio se recusou a pagar o resgate.

Kenji é um conhecido jornalista freelancer que trabalhava na síria e Haruna teria viajado à Síria para montar uma empresa de segurança, onde acabou se unindo a um grupo rebelde rival do EI.

O governo japonês classificou o vídeo de ultrajante e exigiu a libertação imediata de Kenji.

AFP
Imagem retirada de vídeo anterior mostra os reféns japoneses Kenji Goto (esq.) e Haruna Yukawa (R)
Imagem retirada de vídeo anterior mostra os reféns japoneses Kenji Goto (esq.) e Haruna Yukawa (R)

O secretário-chefe de gabinete, Yoshihide Suga, disse num breve comunicado televisionado que a gravação parecia mostrar Haruna sendo morto. "Trata-se de um ato ultrajante e inaceitável", disse Suga. "Exigimos fortemente a rápida liberação do senhor Kenji Goto, o outro refém, sem danos."

Suga leu a declaração e se recusou a responder perguntas.

Especialistas consultados pelo canal de TV japonês NHK dizem que o vídeo apresenta várias 'anomalias', como um cenário diferente do habitual, a ausência do símbolo do EI e nenhuma referência religiosa.

NEGOCIAÇÃO

O vice-ministro das Relações Exteriores, Yasuhide Nakayama, chefia uma equipe especial em Amã, a capital da Jordânia, para tentar solucionar a crise dos reféns.

O governo revelou que mantém contato com países como Jordânia e Turquia para, através deles, conseguir chegar a autoridades religiosas e líderes locais que ajudem o Japão a conseguir a libertação dos dois reféns.

Muhammed Ibrahim, um membro do grupo opositor sírio Coalizão Nacional Síria (CNFROS), revelou, por sua vez, à NHK que seu grupo está ajudando o Japão a conseguir a libertação dos dois reféns. Ibrahim explicou que alguns membros da coalizão estão recolhendo informações sobre os reféns a pedido do governo japonês.


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