Folha de S. Paulo


Nicolás Maduro retorna à Venezuela após ausência de 12 dias

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, retornou neste sábado (17) a Caracas, depois de um giro internacional iniciado há 12 dias em meio à crise econômica vivida pelo país e a rumores de que estava adiando a volta por causa da instabilidade de seu governo.

Ainda no aeroporto Simón Bolívar, Maduro afirmou a simpatizantes chavistas que chega "revigorado", vai "prestar contas a quem for preciso" e se preparar "para a grande vitória de dezembro", o que foi visto como um recado à oposição, pois as eleições parlamentares estão previstas para o fim do ano.

Do aeroporto, Maduro seguiu para o Palácio Miraflores, sede do governo. Lá, também foi recebido por apoiadores do governo.

No início do mês, Maduro disse que visitaria China, Arábia Saudita, Irã e Argélia, mas incluiu no périplo Qatar e Rússia —esta, por duas vezes.

O objetivo da visita a países petroleiros era buscar apoio para elevar o preço do barril, que caiu de US$ 90 em setembro para cerca de US$ 40 na última semana.

Mais de 90% das receitas venezuelanas vêm da venda de petróleo, mercado em que o país é o quinto maior exportador do mundo.

Na quinta (15), após encontro com o russo Vladimir Putin, Maduro disse que conseguiu recursos para financiar a economia venezuelana, mesmo com o óleo em queda.

Maduro volta com inflação na casa dos 60% e uma escassez crítica de produtos básicos, a ponto de a polícia ser chamada para evitar tumultos em filas de mercados.

OPOSITOR

Por razões de saúde, a Justiça concedeu prisão domiciliar a Enzo Scarano, ex-prefeito de San Diego e detido há dez meses por supostamente descumprir ordem de impedir barricadas de opositores durante os protestos antigoverno em fevereiro de 2014.


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