Folha de S. Paulo


Merkel participa de manifestação contra islamofobia

Cerca de 10 mil pessoas participaram nesta terça-feira (13) em Berlim de uma manifestação contra a islamofobia, uma iniciativa de organizações muçulmanas, que contou com a presença da chefe do governo alemão, a chanceler Angela Merkel, e do chefe de Estado, o presidente Joachim Gauck.

No início desta manifestação, autoridades muçulmanas depositaram uma coroa de flores brancas com a inscrição "Terrorismo: não em nosso nome", em frente à Embaixada da França, no Portão de Brandemburgo.

"Todos somos a Alemanha", declarou, ao final da marcha o presidente Gauck, enviando uma mensagem de unidade diante da islamofobia crescente no país e após os ataques jihadistas da semana passada em Paris.

Bernd von Jutrczenka/Efe
O presidente da Alemanha, Joachim Gauck (esq.), e a chanceler Angela Merkel durante o ato anti-islamofobia em Berlim
O presidente da Alemanha, Joachim Gauck (esq.), e a chanceler Angela Merkel durante o ato em Berlim

"Todos somos a Alemanha: nós, os democratas com nossos diferentes passados políticos, culturais e religiosos; nós, que nos respeitamos e necessitamos mutuamente", disse o chefe de Estado.

"Nós, que acreditamos ser capazes de levar uma vida como a que todos nós desejamos: com unidade, justiça e liberdade", prosseguiu.

Na véspera, a chanceler Angela Merkel já tinha afirmado que os muçulmanos faziam parte da Alemanha.

A Alemanha "tornou-se muito diversa nos níveis religioso, cultural e na mentalidade, graças à imigração", insistiu Gauck.

"Os terroristas quiseram nos dividir, mas eles viram o contrário: eles nos uniram", acrescentou o presidente, um pastor protestante originário da antiga Alemanha comunista.

Após os atentados em Paris, as autoridades temem uma escalada das tensões na Alemanha, onde o grupo anti-islã Pegida (Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente) tem organizado marchas com milhares de seguidores, sobretudo na cidade de Dresden, capital da Saxônia.

O país, de 81 milhões de habitantes, conta atualmente com 4 milhões de muçulmanos, a imensa maioria de origem turca.


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