Folha de S. Paulo


Revista católica e site judeu publicam charges do "Charlie Hebdo"

Uma revista católica e um site judeu publicaram charges do pasquim francês "Charlie Hebdo" ironizando, respectivamente, Jesus e o papa, e o Holocausto e os judeus, em um sinal de apoio à publicação alvo do sangrento ataque jihadista na quarta-feira (7/1).

"Decidimos colocar on-line algumas caricaturas da "Charlie Hebdo" que se relacionam com o catolicismo. É um sinal de força ser capaz de rir de algumas características das instituições a que pertencemos. O humor na fé é um bom antídoto para o fanatismo", explica a revista jesuíta "Etudes", criada em 1956, em um breve editorial ilustrado pelo já famosa hashtag "Je suis Charlie" sobre um fundo negro.

Um dos desenhos, assinado por Charb, diretor da "Charlie Hebdo" e morto no ataque jihadista, mostra o Papa Francisco em sua viagem ao Rio de Janeiro em julho de 2013, usando chinelos e uma fantasia com lantejoulas, típicas do carnaval carioca, e explicando fazer tudo "para conseguir clientes".

O Jewpop, um site cultural judeu muito popular, publicou, por sua vez, uma das mais famosas charges da "Charlie Hebdo", de 1978, que mostra Hitler saltitante com a legenda "Hitler supermaneiro" e um balão em que o alemão diz: "Olá, judeus! E aí?".

O site também publicou a charge "'Charlie Hebdo pergunta ao governo: é prudente construir centrais nucleares ao lado de sinagogas?", de outubro de 1980.

"Nossos pensamentos hoje estão com todas as vítimas do ataque e suas famílias", declarou o diretor do site, Alain Granat.


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