Folha de S. Paulo


Sobe para seis número de corpos recuperados de acidente da AirAsia

Subiu para seis o número de corpos retirados do mar de Java relacionados ao acidente com o avião da AirAsia no último domingo (28). Entre as vítimas encontradas, está um membro da tripulação, segundo a rede de televisão CNN, que citou Bambang Soelistyo, chefe da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia.

Os primeiros corpos e destroços do avião foram avistados na terça (30). O Airbus A320-200 levava 162 pessoas de Surabaia, na ilha indonésia de Java, para Cingapura.

Na terça-feira, a Marinha chegou a anunciar o resgate de 40 corpos –informação depois negada por Soelistyo.

A imagem de um corpo inchado e seminu, flutuando no mar sem salva-vidas, chegou a ser veiculada por uma emissora indonésia, causando tristeza e revolta entre os familiares que estão em vigília no aeroporto de Surabaia.

Na lista de objetos coletados no mar de Java –entre as ilhas de Bornéu, Java e Sumatra– há coletes salva-vidas, uma porta do avião e uma mala de bordo.

As equipes de resgate também acreditam ter avistado a parte central da aeronave, uma vez que o mar na região não é muito profundo.

Segundo o "New York Times", os destroços foram encontrados no sentido contrário da trajetória do avião: cerca de 97 km "atrás" do local onde o sinal da aeronave foi captado pela última vez. Ainda não se sabe se correntes marítimas seriam capazes de arrastar a fuselagem.

O mau tempo, que tem provocado ondas de até três metros, atrapalha as buscas.

A operação, que tem o apoio de países como Austrália e Cingapura, conta com 30 navios e 15 aviões.

Um destróier americano também estava a caminho da região nesta terça.

INVESTIGAÇÃO

Uma das linhas da investigação liderada pelo Comitê Nacional de Segurança de Transportes da Indonésia se concentra sobre a possibilidade de a tripulação ter demorado a pedir permissão para voar em altitude maior para desviar de uma tempestade.

O piloto havia pedido autorização para subir de 32 mil pés a 38 mil pés. Dois minutos depois, a torre de controle autorizou a aeronave a subir até 34 mil pés e fazer um desvio à esquerda, mas não recebeu resposta da tripulação. O radar captou os sinais do Airbus por mais três minutos, antes de perder o contato, às 6h17 (21h17 de sábado em Brasília).

A caixa-preta do avião não havia sido encontrada até a conclusão desta edição, mas evidências como dados do radar e do clima na região, além da comunicação entre a tripulação e os controladores, já estariam sendo analisadas.

Em nota, o presidente da AirAsia, Tony Fernandes, disse estar "completamente arrasado". "Este é um momento muito difícil para todos nós da AirAsia, enquanto esperamos o desenvolvimento das operações de busca e salvamento. Mas a nossa prioridade agora é o bem-estar dos familiares", afirmou.

O piloto, capitão Iriyanto, 53, havia treinado novos pilotos por mais de dez anos e chegou a voar com a Força Aérea indonésia. Ele acumulava 20 mil horas de voo.

Editoria de arte/Folhapress

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