Folha de S. Paulo


Ninguém intimidará a Rússia, diz Putin sobre sanções à Crimeia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou neste sábado (20) as novas sanções que EUA e União Europeia impuseram à região da Crimeia e disse que está preparado para "passar por algumas dificuldades" para assegurar a soberania do país.

"É evidente que ninguém conseguirá intimidar, conter ou isolar a Rússia. Ninguém conseguiu e ninguém conseguirá, jamais", disse Putin, em um discurso por ocasião do dia dos trabalhadores das agências de segurança.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores russo também condenou as sanções, as quais chamou de "punição coletiva" à população que votou em março para se unir à Rússia.

A União Europeia e os Estados Unidos adotaram nesta semana restrições mais fortes a investimentos na Crimeia, mirando em indivíduos, na exploração de óleo e gás do Mar Negro russo e no turismo.

O referendo, que a Ucrânia e outros países ocidental rejeitaram como ilegal, resultou em 97% de votos a favor de unir a Crimeia à Federação Russa. O presidente Vladimir Putin assinou um decreto no dia seguinte para anexar a península.

"Introduzir novas sanções unilaterais contra a República da Crimeia e a cidade de Sebastopol, por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, é uma evidência direta de que o Ocidente reconheceu que a decisão dos crimeanos de se reunir à Rússia foi autônoma e voluntária", diz declaração do ministério.

"Foi por isso que eles resolveram que a punição seria coletiva", acrescenta o texto. "É triste que países que se dizem democráticos recorram a tais métodos no século 21."

O Ocidente impôs sanções a Moscou por anexar a Crimeia e foi ampliando-as conforme as tensões separatistas pró-russas se espalharam pelas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, onde os rebeldes que buscam se separar de Kiev combatem tropas do governo.

Kiev e seus apoiadores ocidentais acusam Moscou de instigar a violência e armar os rebeldes. Moscou nega as acusações e diz que só anexou a Crimeia depois que um referendo local mostrou que a maioria dos residentes queria fazer parte da Rússia.


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