Um homem armado mantém reféns dentro de um café e loja de chocolates no distrito comercial de Sydney, na Austrália, desde a manhã desta segunda-feira, 15 (noite de domingo, 14, no horário de Brasília). O sequestro pode ser um ato terrorista.
Três homens e duas mulheres conseguiram sair da loja. A polícia não informou se foram liberados ou se fugiram e também não disse quantos reféns permanecem no local.
Imagens da TV australiana mostraram clientes com braços pra cima dentro da loja e segurando uma bandeira negra com dizeres árabes pela janela do Lindt Chocolat Café. A bandeira é diferente da usada pela facção Estado Islâmico.
No entanto, segundo reféns ouvidos pela imprensa local, o sequestrador pede uma bandeira do Estado Islâmico e uma ligação para o premiê australiano, Tony Abbott.
Uma fonte da polícia disse que o sequestrador é Man Haron Monis, um refugiado iraniano, que já foi acusado por agressão sexual e que costuma enviar cartas de ódio às famílias de soldados australianos mortos em outros países.
Segundo a rede de TV Seven Network, havia 13 pessoas na loja antes que cinco escapassem. Os reféns estão usando celulares e redes sociais, segundo a polícia.
A bandeira exibida, um símbolo da jihad, traz a declaração de fé muçulmana: "Não há Deus senão Alá, e Maomé é seu profeta".
A Austrália integra a coalizão liderada pelos EUA para combater o EI com ataques aéreos.
O consulado dos EUA e, Sidney, que fica a cerca de um quarteirão do café, foi esvaziado.
CERCO
Policiais fortemente armados se postaram do lado de fora do café, e a polícia também fechou ruas e esvaziou escritórios próximos ao local.
Não havia relatos de feridos, segundo a porta-voz da polícia.
Abbott reuniu o gabinete de segurança para ser informado sobre a situação. Em nota, o premiê disse tratar-se de um "incidente profundamente preocupante".
"Mas todos os australianos devem estar seguros de que nossas agências de aplicação da lei estão respondendo de forma completa e profissional", disse.
OUTROS ACONTECIMENTOS
Na mesma cidade, a Ópera de Sydney foi esvaziada após a localização de um pacote suspeito, mas o incidente não estava relacionado ao sequestro.
Os fatos coincidem com a detenção, em uma operação em separado, de um homem de 25 anos no noroeste de Sydney por supostos delitos por terrorismo.
A detenção está ligada a um plano para realizar um ataque terrorista em solo australiano e a facilitação do deslocamento de cidadãos australianos para a Síria, segundo a imprensa local.
Em setembro, as autoridades australianas elevaram o alerta terrorista para "alto", devido à possibilidade de possíveis ataques terroristas a cargo de uma só pessoa, pequenos grupos ou grandes organizações.