Folha de S. Paulo


Regime sírio usou armas químicas para repelir ataque de jihadistas do EI

As forças do regime sírio usaram gás cloro para repelir um ataque do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no aeroporto militar de Deir ez Zor, ao nordeste da Síria, segundo denunciaram alguns ativistas neste sábado (6).

Mohammed al Jalif, da opositora Rede Sham, disse que ontem à noite as forças do presidente Bashar al Assad lançaram dois projéteis de tipo terra-terra com gás cloro contra posições dos radicais nas imediações da base militar.

Um dos foguetes atingiu a cidade de Al Yafra, considerada a porta de entrada ao aeroporto e controlada pelos extremistas.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos confirmou o ataque do governo com gás cloro e assegurou que houve casos de asfixia entre os militantes do EI.

Por enquanto as informações são contraditórias sobre uma hipotética invasão dos jihadistas ao aeroporto. O diretor do Observatório, Rami Abderrahman, afirmou que os radicais conseguiram entrar nesta manhã (6) e que neste momento não se sabe se o exército conseguiu expulsá-los ou se permanecem no interior.

Jalif disse que os combatentes do EI não entraram no aeroporto e precisou que os combates se concentram em Al Yafra, a cerca de 150 metros do acesso oriental do aeroporto, e no quartel da brigada militar encarregada da proteção da instalação aeroportuária, meio quilômetro ao sul.

Ambas as fontes assinalaram que os extremistas conseguiram domínio parcial da sede da brigada, que, segundo Jalif, é formada por cem soldados.

Apesar deste avanço, o regime conseguiu conter o progresso do EI mediante bombardeios.

Nos últimos três dias, pelo menos 68 integrantes do EI morreram na batalha pelo controle do aeroporto, e entre eles há dois franceses, um tunisiano e 33 sírios, indicou o Observatório.

Jalif acrescentou que há também um jihadista belga e que as forças do regime levaram os corpos de alguns de seus adversários ao bairro de Yura, dentro da cidade de Deir ez Zor.

O EI proclamou no final de junho um califado nas áreas conquistadas no Iraque e na Síria. Em julho, tomou o controle quase total da província de Deir ez Zor, exceto alguns distritos da capital homônima e o aeroporto, nas mãos das autoridades sírias.


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