Folha de S. Paulo


Espanha aprova pacote anticorrupção; premiê diz que problema é exceção

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, foi ao parlamento nesta quinta-feira (27) defender a aprovação de duas leis contra a corrupção que aguardavam votação.

O pacote anticorrupção foi aprovado sem modificações pelos deputados e precisa ainda ser votado no Senado, onde o governo possui maioria.

Andrea Comas/Reuters
Spain's Prime Minister Mariano Rajoy arrives at Spanish parliament in Madrid to present anti-corruption measures, November 27, 2014. Rajoy appealed to Spaniards on Thursday not to regard their politicians as corrupt, after a minister became the first government casualty in a series of cases of alleged graft. REUTERS/Andrea Comas (SPAIN - Tags: POLITICS CRIME LAW) ORG XMIT: ACO02
Mariano Rajoy chega ao parlamento para sessão que aprovou medidas anticorrupção no país

As medidas aprovadas hoje incluem condições mais duras para os partidos com relação a casos internos de corrupção, impõem limites a financiamentos dos grupos políticos e dão mais meios à Justiça para que se acelerem os processos, muitos deles paralisados durante anos.

O conjunto de iniciativas foi apresentado depois da renúncia da ministra de saúde da Espanha, Ana Mato, vinculada a um caso de corrupção em que um juiz apontou que seu ex-marido havia lucrado com negócios ilícitos.

Entre os suspeitos apontados durante o caso, três foram tesoureiros de partidos políticos. O processo judicial também indicou um financiamento ilegal feito para o Partido Popular (PP), a legenda de Rajoy.

A imagem do PP, que está no governo, foi muito arranhada por escândalos de corrupção que respingaram em diversos líderes da legenda.

Pesquisas de opinião indicam que o descontentamento dos eleitores com os casos de corrupção poderia erodir o apoio aos principais partidos espanhóis nas eleições gerais do próximo ano.

Com a aprovação das medidas, Rajoy quis mostrar firmeza diante da questão. "Entendo a indignação e o descrédito sentidos por nossos cidadãos, mas as suspeitas não devem se estender a todos", disse Rajoy ao parlamento. "A maior parte dos políticos é formada por pessoas decentes. A Espanha não é corrupta."


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