Folha de S. Paulo


Na Coreia do Norte, alunos terão de estudar a vida de Kim Jong-un

Os alunos de ensino médio da Coreia do Norte terão uma disciplina obrigatória, que somará 81 horas ao longo do ano letivo, para estudar a vida e a obra do jovem líder Kim Jong-un, informou nesta terça-feira (25) a emissora sul-coreana KBS.

Os adolescentes norte-coreanos já têm uma disciplina de 160 horas para estudar a vida e obra do fundador do país, Kim Il-sung, e outra de 148 horas que aborda a vida do ditador Kim Jong-il, respectivamente o avô e o pai do atual "líder supremo".

A nova disciplina faz parte dos esforços para consolidar o que a Coreia do Norte chama de poder "monolítico" em torno de Kim Jong-un, pouco antes do terceiro aniversário de sua chegada ao poder, em dezembro de 2011.

KCNA/Xinhua
(141125) -- SINCHON, noviembre 25 (xinhua) -- Imagen cedida por la Agencia Central de Noticias Coreana (KCNA, por sus siglas en inglés) el 25 de noviembre de 2014, del máximo líder de República Popular Democrática de Corea (RPDC), Kim Jong Un (d), proporcionando orientación de campo en el Museo de Sinchon, que es una base de educación antiestadounidense del condado de Sinchon, en la República Popular Dempocrática de Corea (RPDC). Kim Jong Un informó que acudió al museo para inducir a los militares y civiles del país a una lucha sin cuartel antiestadounidense mediante la intensificación de la lucha antiimperialista, antiestadounidense y educación de clase entre ellos acorde con las exigencias de la situación prevaleciente y la revolución en desarrollo. El Museo de Sinchon debería ser reconstruido en un modelo de centro de educación de clase, en donde datos y pruebas deben mostrarse de una manera científica, dijo Kim Jong Un, añadiendo que el museo debería ser equipado con todas las instalaciones para la comodidad de los visitantes. (Xinhua/KCNA) (jg) (ah)
Kim Jong-un em visita ao museu dedicado às atrocidades de guerra cometidas pelos Estados Unidos

DIREITOS HUMANOS

Para demonstrar apoio ao líder norte-coreano, milhares de pessoas participaram na terça (25) em Pyongyang de uma manifestação contra a resolução da ONU que condenou a violação de direitos humanos no país. O protesto foi convocado pelo governo e expressa a posição oficial do país.

A resolução aprovada na Assembleia-Geral das Nações Unidas há uma semana, com o apoio do Brasil, abriu a possibilidade de membros do governo coreano, incluindo Kim Jong-un, serem indiciados por crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional (TPI).

O assunto será votado no Conselho de Segurança da ONU, onde deve ser vetado por China e Rússia, que já se mostraram contrárias à medida.

A Coreia do Norte considerou a resolução da ONU uma orquestração dos EUA contra o país, e o líder norte-coreano reagiu com uma visita a um museu dedicado às atrocidades de guerra cometidas pelos Estados Unidos no país durante uma ocupação feita em 1950, na região de Sinchon.

Durante a visita ao museu, Kim Jong-un chamou os norte-americanos de "assassinos canibais".

'IMPERIALISTAS'

O jornal oficial do Partido dos Trabalhadores, "Rodong Sinmun", que é um dos pilares do Estado totalitário ao lado do Exército Popular, divulgou uma imagem de Kim Jong-un no museu em que se lia ao fundo: "Os imperialistas dos EUA massacraram 35.383 pessoas".

Apesar do extremo culto à personalidade dos líderes no país, os próprios norte-coreanos desconhecem dados básicos sobre o atual dirigente, como, por exemplo, onde vive ou se tem filhos ou não.

Até mesmo sua idade é um segredo, embora especialistas calculem que ele tenha nascido em 1983.

Por enquanto, não se sabe o que a nova matéria a ser incluída nos três anos do ensino médio sobre Kim Jong-un dirá sobre a condenação da ONU aos direitos humanos no país.


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