Folha de S. Paulo


Ex-premiê português detido pode ter ligação com corrupção no Brasil

O ex-primeiro-ministro português José Sócrates, que foi detido na sexta-feira passada (21) em Lisboa por suposta ligação com um caso de fraude fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção, é presidente do conselho consultivo para a América Latina da farmacêutica Octapharma.

A empresa suíça tem envolvimento com a Operação Vampiro da Polícia Federal brasileira.

Iniciada em 2004, a Operação Vampiro investiga fraudes na aquisição da produtos derivados de sangue pelo Ministério da Saúde.

Em fevereiro de 2013, Sócrates se reuniu em Brasília com o então ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Paulo Carriço/Efe
O ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates deixa corte criminal em carro da polícia
O ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates deixa corte criminal em carro da polícia

Um dia antes da prisão de Sócrates, que chegava de Paris, a sede da Octapharma na capital portuguesa foi alvo de uma operação de busca e apreensão.

A sede da empresa, na Suíça, afirma que as ações de busca e apreensão não resultaram em "nenhum impedimento para o normal funcionamento da empresa" e que a Octapharma Portugal "prestou desde o primeiro momento total colaboração com as entidades".

Sócrates foi indicado ao cargo na Octapharma por Joaquim Lalanda de Castro, representante da multinacional.

Após a detenção do ex-premiê, chegou a ser noticiado que Castro, que foi indiciado em 2008 na Operação Vampiro, também havia sido preso.

No sábado, porém, a Procuradoria-Geral da República de Portugal informou que os detidos eram, além de Sócrates, o empresário Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o motorista de Sócrates, João Perna.

Segundo o jornal português "Sol", a empresa suíça e Castro são suspeitos de forjar faturas para o ex-premiê que chegariam a € 20 mil por mês.


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