A recuperação dos destroços do Boeing da Malaysia Airlines, abatido em julho no leste da Ucrânia, começou neste domingo (16), quatro meses após a tragédia que provocou 298 mortes.
Funcionários da autoproclamada república de Donetsk começaram o trabalho cortando os grandes pedaços com a ajuda de uma serra de metal perto da aldeia de Grabove, em uma área controlada pelos separatistas pró-russos, de acordo com um jornalista da AFP. As primeiras partes foram levantadas por um guindaste e colocadas no reboque de um caminhão.
Menahem Kahana/AFP | ||
Trabalhaores coletam destroços do avião da Malaysia Airlines, que caiu na Ucrânia em julho deste ano |
"Esperamos terminar a operação em 10 dias", declarou uma autoridade separatista na presença de jornalistas. "Começamos com as peças maiores e vamos continuar com as menores".
O voo MH17, que fazia o trajeto Amesterdã-Kuala Lumpur, foi atingido possivelmente por um míssil em 17 de julho quado sobrevoava uma área sob controle separatista no leste da Ucrânia.
Os detritos devem ser transferidos para a Holanda —país com 193 vítimas, o maior número— para serem examinados pelo Bureau de Investigação e Segurança (OVV), encarregado de investigar as causas da tragédia.
A Ucrânia e o Ocidente afirmam que o avião foi abatido por um míssil terra-ar fornecido pela Rússia aos separatistas pró-russos. Moscou nega e acusa as tropas ucranianas.
Depois da tragédia, americanos e europeus reforçaram suas sanções contra a Rússia.
Em um primeiro relatório de 9 de setembro, o OVV considerou que o Boeing 777 havia sido perfurado em pleno voo por "projéteis de alta energia", sem confirmar a teoria do míssil. Um relatório final está previsto para sair em 2015.