Folha de S. Paulo


EUA e China acertam aproximação militar e redução de gases poluentes

Após encontro bilateral nesta quarta (12) em Pequim, China e Estados Unidos chegaram a acordos em temas como ampliação do comércio, aproximação militar, cibersegurança, desnuclearização da Coreia do Norte e redução da poluição.

O presidente chinês, Xi Jinping, disse que a conversa com o presidente dos EUA, Barack Obama, foi construtiva.

A cooperação militar acertada na reunião tem o objetivo de reduzir a possibilidade de acidentes militares aéreos e marítimos, segundo os líderes.

Greg Baker/AFP
Presidente americano, Barack Obama (esq.), e líder chinês, Xi Jinping, em entrevista coletiva
Presidente americano, Barack Obama (esq.), e líder chinês, Xi Jinping, em entrevista coletiva

Sobre as disputas marítimas da China, Obama defendeu que o assunto precisavam ser resolvido através do direito internacional, destacando que tem interesse na liberdade de navegação.

"Temos diferenças importantes, mas eu estou muito animado com a sua vontade, senhor presidente, de se envolver em um diálogo construtivo", disse Obama à Xi antes das conversas.

Obama pressionou Xi em relação aos direitos humanos e cibersegurança. Os líderes divergiram sobre os protestos por democracia em Hong Kong.

Em entrevista coletiva no Grande Salão do Povo após o encontro, Obama disse que os EUA defendem uma eleição livre e justa no território, enquanto Xi afirmou que a questão é um problema interno chinês.

Os países também devem intensificar a comunicação sobre o combate ao terrorismo, cooperar para combater crimes internacionais e acelerar as discussões sobre um tratado de investimento bilateral.

O americano destacou a necessidade de uma igualdade de condições na China para empresas dos EUA.

Outro assunto abordado foi a extensão da validade de vistos –para turismo e viagens de negócios, o prazo foi ampliado de um para dez anos. Os estudantes conseguiram ampliação de um para cinco anos.

POLUIÇÃO

China e Estados Unidos, os dois maiores emissores de gases que provocam o efeito estufa, estabeleceram novos objetivos de redução da poluição, um ano antes da conferência do clima de Paris, onde os países devem assinar um acordo global.

A China, o principal emissor mundial (com 29%), se comprometeu a reduzir as emissões a partir de 2030, quando seus níveis alcançarão seu máximo.

Esta é a primeira vez que a China se compromete a estabelecer uma data para o teto.

Xi anunciou que, até lá, 20% da energia produzida em seu país vai ter origem em fontes limpas e renováveis.

O governo dos Estados Unidos se comprometeu a reduzir entre 26% e 28% as emissões até 2025, na comparação com os níveis de 2005.

Trata-se de um "acordo histórico", destacou Obama, que acrescentou que o objetivo dos EUA é "ambicioso, mas alcançável". Além disso, comentou que o pacto é "um marco importante" nas relações entre Washington e Pequim.

Xi afirmou que seu país e os Estados Unidos estão decididos a alcançar um acordo na reunião de cúpula do clima de Paris, prevista para o fim de 2015.

A ambição da reunião do próximo ano é obter um acordo mundial suficientemente ambicioso para limitar o aquecimento global a 2°C.

Editoria de arte/Folhapress

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