Folha de S. Paulo


Em ataques com facas, palestinos deixam dois mortos em Israel

Com facas, palestinos mataram uma mulher e um soldado e feriram outros dois israelenses, em dois ataques separados nesta segunda-feira (10), disse a polícia. Os incidentes acontecem em meio à ampliação da violência por tensões relacionadas a um lugar sagrado em Jerusalém.

No primeiro incidente, um palestino esfaqueou um soldado perto da estação de trem HaHagana, em Tel Aviv, capital comercial israelense que raramente tem episódios de violência desde o fim da segunda intifada, em 2005.

Yotam Ronen/AFP
Forças de segurança israelenses trabalham em local de ataque com faca em Tel Aviv
Forças de segurança israelenses trabalham em local de ataque com faca em Tel Aviv

Segundo um dos paramédicos que ajudou no resgate, o corpo do soldado de 20 anos ficou cheio de punhaladas. Ele morreu no hospital.

O porta-voz da polícia indicou que o agressor era originário da área de Nablus, no norte da Cisjordânia ocupada, e estava em situação irregular no território de Israel.

Após tentar se refugiar em um prédio, o palestino foi preso, disse a polícia.

No segundo ataque, um palestino matou a facadas uma jovem israelense e feriu outras duas pessoas antes de ser morto por um guarda perto da colônia de Gush Etzion, na Cisjordânia ocupada, indicaram a polícia e os serviços de emergência.

O palestino saiu de seu carro e atacou com uma faca os três civis, informou a polícia.

Gravemente ferida, a jovem israelense de 25 anos não resistiu aos ferimentos. Feridos, um homem de 26 anos e outro de 50 foram levados ao hospital.

O agressor, atingido por tiros disparados por um guarda armado presente no local, também não resistiu aos ferimento e morreu, segundo a polícia.

AUMENTO DE TENSÃO

Os ataques acontecem em um contexto de tensão em Jerusalém Oriental e entre a comunidade árabe-israelense, que no fim de semana protestou contra a morte de um jovem por forças israelenses no norte do país.

Durante um encontro de seu partido, o Likud, no Parlamento israelense (Knesset), o primeiro-ministro de Israel, Benyamin Netanyahu, sugeriu nesta segunda que os cidadãos árabe-israelenses que desaprovam as políticas de seu governo se mudem para "Gaza ou Cisjordânia".

"Àqueles que se manifestam e denunciam Israel e apoiam o Estado palestino, digo apenas uma coisa: estão convidados a se mudar para lá - para a Autoridade Palestina ou para Gaza", disse. "Prometo que Israel não colocará nenhum obstáculo em seu caminho."

Em seu discurso, Netanyahu garantiu "a luta contra a incitação dirigida pela Autoridade Palestina" e afirmou que tomará "ações concretas contra os que pedem a destruição do Estado de Israel".

Suas palavras reiteram a mensagem divulgada por seu escritório no sábado (8) indicando a intenção de solicitar ao Ministério do Interior que estude a revogação da cidadania de árabes-israelenses que "atentarem" contra o país.


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