Folha de S. Paulo


Manifestantes pró-democracia e polícia se enfrentam em Hong Kong

Manifestantes e policiais se enfrentaram na madrugada desta quinta-feira (6) em Hong Kong, em uma das três áreas tomadas pelos ativistas pró-democracia.

Os distúrbios ocorreram por volta das 2h locais (16h de Brasília da quarta-feira), no distrito de Mong Kok.

Vários manifestantes ficaram feridos e alguns foram levados pela polícia, mas ainda não há informações sobre detenções.

Algumas testemunhas relataram que a polícia utilizou gás de pimenta para dispersar os manifestantes.

Bobby Yip - 5.nov.2014/Reuters
Manifestantes com máscaras passam por policiais em Mong Kok, Hong Kong
Manifestantes com máscaras passam por policiais em Mong Kok, Hong Kong

Também participaram dos distúrbios pessoas que se opõem à ocupação das ruas pelos manifestantes pró-democracia.

Centenas de manifestantes usavam as máscaras brancas do personagem dos quadrinhos Guy Fawks, que se tornou a marca do movimento de protesto Anonymous.

A Federação dos Estudantes de Hong Kong, um dos principais grupos envolvidos nos protestos, ainda está decidindo se seus representantes viajarão a Pequim na próxima semana para tentar se reunir com responsáveis do governo central.

A visita poderia coincidir com a realização da cúpula da Apec, que acontece na capital chinesa na semana que vem e contará com a presença dos líderes políticos da região da Ásia-Pacífico, entre eles os presidentes dos EUA (Barack Obama) e da Rússia (Vladimir Putin).

No domingo, os manifestantes planejam marchar do centro financeiro da cidade ao gabinete do governo central chinês em Hong Kong.

Os protestos atrairam mais cem mil pessoas no seu auge e agora estão concentrados em duas áreas –o distrito de Admiralty, próximo a prédios do governo, e Mong Kok. Alguns manifestantes permanecem na zona comercial de Causeway Bay.

DEMOCRACIA

Os ativistas do movimento democrático pedem que o governo central de Pequim anule sua decisão de interferir na seleção dos candidatos ao governo de Hong Kong nas eleições de 2017.

Em agosto, Pequim ofereceu povo de Hong Kong a oportunidade de votar em seu próprio líder em 2017, mas só poderiam concorrer aqueles candidatos indicados por um comitê de 1.200 pessoas.

Na quarta-feira (5), Regina Ip, uma ex-chefe de segurança Hong Kong e uma das principais assessoras do líder da cidade, propôs que membros da Federação de Estudantes Hong Kong participem do comitê, segundo a emissora RTHK.


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