Folha de S. Paulo


Ataques aéreos não reduzem fluxo de combatentes estrangeiros na Síria

Combatentes estrangeiros continuam entrando na Síria em um ritmo de mil por mês, uma quantidade que não diminuiu, apesar dos ataques aéreos de uma coalizão de países, liderada pelos EUA, contra o Estado Islâmico (EI), informou o jornal "The Washington Post" nesta sexta (31).

Os números sugerem que, apesar dos ataques aéreos não dissuadirem os estrangeiros, também não fizeram com que aumentasse a quantidade de combatentes para contra-atacar a campanha dos Estados Unidos, informou o jornal, citando funcionários da inteligência e antiterrorismo.

"O fluxo de combatentes que se dirigem para a Síria se mantém constante, por isso o número total continua aumentando", afirmou o funcionário da inteligência americana.

Mas em apenas algumas semanas foi possível verificar uma mudança nesse ritmo devido a um atraso nos trabalhos de inteligência que a CIA está examinando, acrescentou o Post, citando o funcionários.

A tendência no último ano sugere que há mais de 16.000 combatentes estrangeiros na Síria.

Esse fluxo permanente se explica pelas sofisticadas campanhas de recrutamento por parte de grupos radicais na Síria e pela relativa facilidade com que se pode viaja para esse país a partir do norte da África, Oriente Médio e Europa.

ONU

Também nesta sexta, um relatório da ONU publicado pelo "Guardian" dize que cerca de 15.000 voluntários de mais de 80 países –um número nunca antes visto– viajaram à Síria e ao Iraque para combater com os extremistas.

O número de voluntários estrangeiros desde 2010 é bem maior que o número acumulado dos 20 anos anteriores, acrescenta o relatório feito para o Conselho de Segurança.

"Há grupos de terroristas estrangeiros da França, Rússia e Reino Unido operando em conjunto", informam os autores do relatório.

O comandante da polícia britânica, Bernard Hogan-Howe, estimou na semana passada que cinco pessoas deixam o país a cada semana para combater pelo Estado Islâmico. As autoridades britânicas acreditam que 500 de seus cidadãos estão lutando atualmente na Síria e no Iraque.


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