Folha de S. Paulo


China vai enviar unidade militar para combater ebola na Libéria

A China enviará uma unidade de elite do Exército Popular de Libertação para ajudar a Libéria a combater o ebola, anunciou o Ministério das Relações Exteriores chinês nesta sexta-feira (31), respondendo a um apelo da ONU por um maior esforço mundial contra o vírus na África Ocidental.

Os Estados Unidos têm liderado a resposta internacional para tentar impedir a propagação da doença, que já matou cerca de 5.000 pessoas, enviando milhares de soldados e comprometendo cerca de US$ 1 bilhão, enquanto a China tem recebido críticas por não ter feito o suficiente.

O esquadrão do Exército, que tem experiência no enfrentamento a doenças devido a um surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) em 2002, vai construir um centro de tratamento de 100 leitos na Libéria.

Wen Hao/Xinhua
Trabalhadores descarregam pacotes de ajuda contra o ebola vindos da China, na Costa do Marfim
Trabalhadores descarregam pacotes de ajuda contra o ebola vindos da China, na Costa do Marfim

Será a primeira instalação desse tipo em um dos três países mais afetados pela epidemia a ser construída e gerida por um país estrangeiro, disse Lin Songtian, diretor-geral do Departamento de Assuntos Africanos do ministério.

O centro médico será aberto para operação no espaço de um mês, disse ele a jornalistas em Pequim. A China também irá enviar 480 profissionais de saúde do Exército para tratar pacientes de ebola, acrescentou.

Essa é a primeira vez que a China envia uma unidade inteira de forças de prevenção de epidemias e equipe de saúde militar ao exterior, disse Lin.

A China é o maior parceiro comercial da África, tirando proveito dos recursos naturais do continente para sustentar seu próprio crescimento econômico ao longo das duas últimas décadas. Alguns críticos atacaram Pequim por não ajudar na hora da necessidade na África.

"A assistência da China não vai parar até que a epidemia de ebola seja erradicada na África Ocidental", disse Lin.

Libéria, Serra Leoa e Guiné são os países mais atingidos pelo pior surto de ebola já registrado, concentrando a maior parte das mais de 5.000 mortes em decorrência do vírus.


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