Folha de S. Paulo


Temporal deixa mil desabrigados na província de Buenos Aires

As cidades da região metropolitana de Buenos Aires enfrentam a maior quantidade de chuva já registrada para um mês de outubro. Entre a tarde de terça (28) e a manhã de quarta (29), o acúmulo de água na província homônima é de 138,6 milímetros –o recorde anterior, de 1944, era de 108,7.

Em cerca de 12 horas, choveu uma quantidade de água que, geralmente, demora o mês inteiro para cair. A chuva e o vento já desalojaram mais de mil pessoas em municípios da província. Elas foram levadas provisoriamente a centros de atendimento até que a água baixe.

Entre as cidades de Coronel Pringles e Coronel Suárez, a mais de 500 km de Buenos Aires, houve 190 milímetros de chuva e caiu uma ponte. Em Bragado (a 217 km da capital argentina), desabou o teto de um hospital. Também por causa do temporal, a luz caiu em mais de dez municípios.

Em La Plata, a capital provincial, uma parte do teto do estádio de futebol foi danificada. O campo do time Lanús, que fica na cidade de mesmo nome, ficou totalmente inundado.

Na região metropolitana de Buenos Aires, as distribuidoras de energia começaram a consertar as conexões que foram danificadas –calculadas em 300 mil pontos.

Na capital do país a chuva não causou tantos danos como em cidades do interior, mas derrubou mais de cem árvores. Os aeroportos de Buenos Aires e Ezeiza (a 35 km da capital federal) interromperam os pousos e decolagens entre a noite de terça (28) e a manhã de quarta (29), mas durante a tarde já haviam volta a funcionar.

O rio Luján, um dos afluentes do rio da Prata, subiu quase quatro metros e havia um alerta vermelho pela possibilidade de que continue subindo e chegue a cinco metros acima do leito normal. A previsão do sistema meteorológico nacional da Argentina era de que a chuva seguisse durante a noite.

O governador da província, Daniel Scioli, afirmou que está em contato com os prefeitos e enviando equipes de bombeiros e assistentes sociais para assistir os atingidos.

A presidente Cristina Fernández de Kirchner ordenou que seus ministros fiquem à disposição das cidades e determinou que irá facilitar repasse de recursos caso isso seja necessário.


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