Folha de S. Paulo


Enfermeira é liberada de quarentena; criança tem suspeita de ebola nos EUA

A enfermeira americana Kaci Hickox, colocada em quarentena em um hospital em Nova Jersey depois de voltar da África, não apresentou sintomas de ebola e pode completar o período de isolamento em casa, segundo o governador do Estado, Chris Christie, disse nesta segunda (27).

A decisão foi anunciada no mesmo dia em que um menino de 5 anos foi colocado em isolamento no hospital Bellevue, em Nova York, por suspeita de ebola. O garoto, que chegou aos EUA no sábado (25) vindo da Guiné, estava com uma febre de 39 graus, noticiou a rede ABC News.

A enfermeira Hickox chegou aos EUA pelo aeroporto de Newark Liberty, na sexta-feira (24), mesmo dia em que autoridades de Nova York e Nova Jersey decidiram adotar a quarentena compulsória para funcionários de saúde vindos dos países afetados pelo ebola na África.

"Ela estava feliz", disse o advogado Steven Hyman, que falou com a enfermeira por telefone. "Ela quer que este calvário termine. Ela quer voltar para a sua vida".

Hickox será levada para sua casa no Maine, segundo o Departamento de Saúde de Nova Jersey.

A enfermeira, que voltava de Serra Leoa, onde trabalhou com os Médicos Sem Fronteiras no tratamento de ebola, disse no domingo (26) que iria abrir um processo contra a quarentena, alegando violação dos seus direitos constitucionais.

Segundo a decisão de Nova York e Nova Jersey, os funcionários de saúde deveriam permanecer isolados durante 21 dias (tempo máximo de incubação do vírus) em suas casas e seriam examinados duas vezes ao dia.

No domingo, após pressão da Casa Branca, o governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, derrubou a exigência de quarentena obrigatória.

A Casa Branca havia criticado a decisão dizendo que isso desestimularia que americanos fossem combater o ebola na África.

A medida foi tomada depois das notícias de que Craig Spencer, um médico americano diagnosticado com o vírus, passeou pela cidade de Nova York nos dias antes de ser internado. Ele estava trabalhando na Guiné até o dia 12 de outubro.

Os Estados de Illinois e Flórida também tomaram medidas similares às adotadas por Nova York e Nova Jersey.


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