Folha de S. Paulo


Protesto contra reforma educacional reúne 30 mil pessoas no Chile

Cerca de 30 mil pessoas fecharam as ruas do centro de Santiago neste sábado (25) em uma manifestação organizada por donos de colégios particulares contra a reforma educacional apresentada nesta semana no Chile.

Pelo projeto de lei, as chamadas escolas particulares subvencionadas, que recebem recursos do Estado para funcionar, não poderão ter lucro, cobrar mensalidades e fazer seleções para a entrada dos alunos, chamada no Brasil de vestibulinho.

Martin Bernetti/AFP
Estudantes, famílias e donos de escolas particulares protestam contra reforma educacional no Chile
Estudantes, famílias e donos de escolas particulares protestam contra reforma educacional no Chile

A partir da aprovação do projeto, os alunos serão alocados pelo Estado e todos os recursos usados na subvenção serão destinados apenas às escolas públicas e às particulares sem fins lucrativos.

O protesto, que começou ao meio-dia (13h em Brasília), teve a participação de sindicatos de donos de escolas, famílias de classe média e políticos da Aliança, rival da presidente Michelle Bachelet, quem impulsiona a reforma educacional.

Os manifestantes chegaram a usar um trator para abrir caminho nas ruas da cidade. Os donos de escolas particulares fazem há mais de um mês uma campanha contra o projeto que, para eles, vai provocar o fechamento dos colégios subvencionados e vai fazer com que seus filhos sejam "cobaias" educacionais.

"Isso não é o que imaginamos para o futuro de nossos filhos. A reforma do governo nos coloca contra a parede", afirma Esteban Mora, pai de dois filhos que estudam em um colégio subvencionado em Santiago.

Pouco antes da manifestação, o presidente da Confederação de Pais e Responsáveis dos Colégios Subvencionados (Confepa), Hernán Herrera, disse que "os parlamentares ficaram reféns da bancada estudantil e do Partido Comunista".

O projeto para os colégios subvencionados foi aprovado pela Câmara dos Deputados e passará agora pelo Senado. A reforma é uma resposta de Bachelet à promessa feita aos estudantes durante a campanha presidencial, em 2013.


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