Folha de S. Paulo


EUA investigarão possível uso de gás cloro pelo Estado Islâmico

Funcionários do governo do Iraque informaram nesta sexta-feira (24) que a facção terrorista Estado Islâmico utilizou gás de cloro no Iraque.

O uso do produto tóxico teria sido feito durante confrontos com forças de segurança iraquianas e milícias xiitas no mês passado, em um ataque ao norte de Bagdá.

Se a notícia for confirmada, será a primeira vez que os extremistas sunitas usaram cloro desde que se apoderaram de grande parte do produto na Síria e no norte do Iraque, no início deste ano.

Extremamente tóxico e de odor desagradável, o gás foi usado como arma química na Primeira e na Segunda Guerra Mundial.

O composto de cloro é aplicado principalmente no tratamento de água.

As informações sobre o uso do gás vêm dois dias após autoridades curdas e médicos terem dito que acreditam que os militantes lançaram um tipo de gás tóxico em um distrito no leste de Kobani.

A cidade síria fica muito perto da fronteira com a Turquia e tem sido alvo de ataques constantes do EI.

Aysa Abdullah, oficial curda baseada na cidade, relatou que o ataque ocorreu na terça-feira passada e que algumas pessoas tiveram sintomas que incluíam tonturas e olhos lacrimejantes.

Ela e outros funcionários disseram que os médicos não tinham equipamento no local para analisar que tipos de produtos químicos teriam sido usados.

EUA

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, afirmou que não poderia confirmar o uso do gás contra forças de segurança e contra as milícias xiitas.

Ele disse, porém, que as acusações são de extrema gravidade.

"A utilização de qualquer arma química é um ato abominável. Este uso é contrário à lei internacional. E estas alegações recentes ressaltam a importância do trabalho em que estamos atualmente envolvidos", disse Kerry durante uma entrevista em Washington.

TURQUIA

Nesta sexta, o subcomandante do principal grupo curdo da Síria, o Partido da União Democrática (PYD), disse que não há um acordo com o Exército Livre da Síria (ESL, na sigla em inglês) sobre reforços na luta contra o Estado Islâmico em Kobani.

"Nós estabelecemos uma conexão com o Exército Livre da Síria, mas não houve um acordo ainda", disse Saleh Muslim à agência de notícias Reuters.

Mais cedo, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, havia dito que o PYD havia aceitado a ajuda de 1.300 combatentes do ESL.

"O PYD aceitou o reforço de 1.300 homens do ESL e está negociando o caminho pelo qual eles passarão", afirmou Erdogan durante entrevistas na Estônia.


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