Folha de S. Paulo


Em seminário no Marrocos, líderes debatem relação entre países do Atlântico

Diante de desafios antigos, como a corrupção e a gestão energética, ou inesperados, como a epidemia de ebola, a comunidade banhada pelo oceano Atlântico inaugurou durante esta sexta-feira (24) a terceira edição da conferência "Diálogos do Atlântico".

O evento, realizado neste ano em Marrakech, reúne por volta de 350 líderes dos setores público e e privado dessa extensa e variada região. Participam, por exemplo, Laura Chinchilla, ex-presidente da Costa Rica, e Miguel Ángel Moratinos, ex-chanceler espanhol.

O Brasil é representado, durante a conferência, em diversas das mesas. Ronaldo Lemos -colunista da Folha e professor da faculdade de direito da Uerj- participava, por exemplo, de um debate sobre tecnologia e governo.

O país, visto como um ator fundamental nas relações transatlânticas, foi citado na abertura do evento durante a mediação de John Yearwood, editor internacional do "Miami Herald". Ele citou as eleições presidenciais como das mais importantes dos próximos anos, nessa região.

"Estamos examinando as questões que estão na agenda das relações internacionais para vermos quais são as possibilidades de cooperação", diz à Folha Luiz Augusto de Castro Neves, diretor do Centro Brasileiro de Relações Internacionais.

Neves afirma que há discussões para a realização de conferências afins no Brasil e que, para o país, um dos temas de maior importância será a segurança do Atlântico sul. "É por onde escoa o nosso comércio exterior."

A lista de assuntos a discutir, entre os países atlânticos, é no entanto vasta. Prova disso foram as variadas opiniões expostas no primeiro debate, entre líderes de Marrocos, Costa Rica, Espanha e Estados Unidos, que foram da integração comercial nessa região à prevenção do aquecimento global.

O "Diálogos do Atlântico" é uma parceria entre o instituto americano German Marshall Fund e uma fundação criada pela OCP, a empresa nacional marroquina de extração de fosfato -um dos itens fundamentais da economia dessa monarquia.

Os debates da conferência, que se encerra no domingo (26), podem ser acompanhados ao vivo aqui.

O jornalista DIOGO BERCITO viajou a convite do seminário "Diálogos do Atlântico".


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