Folha de S. Paulo


Novo ministro japonês admite gasto público em bar sadomasoquista

Dois dias após assumir o cargo, o ministro da Economia do Japão, que também é senador, teve de reconhecer que recursos de seu gabinete parlamentar foram usados em 2010 para pagar despesas em um bar sadomasoquista em Hiroshima.

Senador por Hiroshima, Yoichi Miyazawa, assumiu o ministério na terça (21), após a renúncia de Yuko Obuchi, na segunda-feira.

Segundo a imprensa japonesa, o gabinete de Miyazawa usou 18.230 ienes (R$ 422) em setembro de 2010 para pagar as despesas de membros de um grupo ao qual pertence o novo ministro.

O clube é conhecido por shows ao vivo de temática sadomasoquista.

As apresentações são protagonizadas por mulheres em roupa íntima e das quais os clientes do estabelecimento podem também participar.

"Fiquei sabendo pela imprensa. E é verdade", admitiu nesta quinta-feira (23) o recém-empossado ministro. "Mas eu não estava presente", completou.

Miyazawa explicou que não visitou o local e que pretende corrigir a folha de despesas, pois, segundo ele, alguém de seu gabinete incluiu esse gasto por erro no documento.

Franck Robichon/Efe
Yoichi Miyazawa, novo ministro japonês, em entrevista coletiva, em Tóquio
Yoichi Miyazawa, novo ministro japonês, em entrevista coletiva, em Tóquio

NOVO ESCÂNDALO

O caso é mais um constrangimento para o premiê conservador Shinzo Abe.

No início desta semana, duas ministras pediram demissão após serem acusadas de uso indevido de verbas públicas e de violação da lei eleitoral do país.

A imprensa japonesa revelou, na semana passada, o uso ilegal de fundos por uma organização política vinculada a Yuko Obuchi.

As verbas teriam sido usadas para comprar ingressos de peças de teatro de seus partidários e para cobrir despesas pessoais da ministra, que assumira em setembro.

Acusada de ter violado a lei eleitoral ao distribuir leques com seu nome, a ex-titular da pasta da Justiça, Midori Matsushima, também renunciou ao seu cargo na segunda-feira passada.

Em sua primeira reforma ministerial, anunciada no início de setembro, o premiê Abe havia celebrado o fato de ter permanecido com o mesmo Executivo durante dois anos.


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