Folha de S. Paulo


Capital do Canadá é alvo de ataque que matou soldado e feriu três

O pânico tomou conta da calma capital do Canadá, Ottawa, nesta quarta (22) depois que um homem armado matou um soldado e atirou várias vezes dentro do Parlamento antes de ser morto.

Foi o segundo ataque às Forças Armadas no país em três dias. Embora a motivação ainda seja desconhecida, há suspeitas de que os ataques podem ser uma resposta ao apoio do Canadá à coalizão liderada pelos EUA para combater a facção Estado Islâmico.

Por volta das 10h locais (12h do Brasil), um homem atirou pelo menos duas vezes no cabo Nathan Cirillo, que fazia a guarda no Memorial Nacional de Guerra. Ele morreu horas depois.

Em seguida, o atirador entrou no Parlamento, próximo ao memorial, onde disparou dezenas de tiros nos corredores e acabou morto. Outras três pessoas ficaram feridas.

A polícia investiga um homem chamado Michael Zehaf-Bibeau, cidadão canadense nascido em 1982, e convertido ao islã, como suspeito. Ele já foi preso outras vezes por porte de drogas.

Uma teoria é de que seria um "lobo solitário", alguém que age individualmente inspirado em grupos radicais islâmicos, mas sem necessariamente estar a serviço deles.

Mesmo depois da morte do atirador, a polícia continuou procurando suspeitos. A imprensa canadense informou que outras três pessoas estariam envolvidas.

A polícia, porém, não quis comentar se havia suspeitos, dizendo que a situação poderia haver desdobramentos. Também houve relatos de um tiroteio em um shopping próximo ao Parlamento, desmentido depois.

Um hospital de Ottawa divulgou ter recebido quatro pacientes após o ocorrido, três em situação estável. Um deles tinha um ferimento a bala, mas não corria risco.

O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, e dezenas de parlamentares, jornalistas e funcionários estavam no Parlamento no momento do tiroteio. Harper foi retirado do prédio em segurança enquanto parlamentares foram levados para o subsolo do prédio.

"O tiroteio foi claramente perto da sala em que estávamos reunidos", disse o parlamentar Tony Clement, que estava com o primeiro-ministro.

"Eu ouvi os tiros enquanto andava para uma conferência", disse Chrystia Freeland, membro do Parlamento, por telefone de dentro de uma sala sem janelas, ao jornal "New York Times".

O Parlamento e diversos outros prédios de Ottawa foram fechados. O centro da cidade foi isolado e a população na área foi retirada do local ou retida onde estava. Durante a noite, Stephen Harper chamou a ação de um atentado e disse que o Canadá jamais seria intimidado pelo terrorismo.

"De fato, isso fará com que o governo e nossas agências aumentem nossa intenção e redobrem os esforços para tomar todos os passos necessários para identificar e conter todas as ameaças e deixar o Canadá mais seguro".

Os EUA também fecharam sua embaixada na capital canadense. O presidente Barack Obama chamou os ataques de "ultrajantes". Na segunda-feira, um homem suspeito de ter ligação com milícias radicais atropelou dois soldados canadenses –um deles morreu.

Com informações de São Paulo e das agências de notícias.

Editoria de Arte/Folhapress

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