Folha de S. Paulo


Guerrilha fecha acordo com Farc para unir diálogos de paz na Colômbia

O Exército de Libertação Nacional (ELN), a segunda guerrilha da Colômbia, disse nesta segunda-feira (20) que acordou com as Farc "buscar a confluência dos dois processos de diálogo" com o governo do presidente Juan Manuel Santos, com o objetivo único de chegar a um acordo de paz.

Em comunicado divulgado em seu site, o ELN afirmou que teve encontros com as Farc e que houve um acordo para "buscar a confluência dos dois processos de diálogo".

No documento, o grupo liderado por Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como Gabino, explicou que os processos têm diferentes ênfases e enfoques particulares.

"Mesmo assim, levantamos o lema de antecipar 'dois processos e um só objetivo', tendo claro que a paz da Colômbia é uma só", acrescentou.

O governo colombiano e as Farc realizam desde novembro de 2012 em Havana um processo de paz que já chegou a acordos sobre os temas de terras, participação política e drogas ilícitas.

Em junho, o ELN e o governo revelaram a realização de "encontros exploratórios", e no fim de semana Gabino disse em um vídeo ter tido novos encontros nos últimos meses com o governo do presidente Santos para iniciar um eventual processo de paz.

O ELN reiterou que junto com as Farc expressaram "a necessidade de concordar com o governo em uma cessação bilateral de fogos e hostilidades", que segundo eles, permitirá aliviar milhões de colombianos.

O grupo disse ainda que mantém com o governo "conversas exploratórias confidenciais para completar a agenda de negociações, com a qual se iniciaria uma fase pública de diálogo".

Os pronunciamentos do ELN foram feitos depois da divulgação da notícia de que comandantes do ELN e das Farc se reuniram há algumas semanas em Havana.

O objetivo desse encontro, que durou vários dias e foi apoiado pelo governo colombiano, teria sido conhecer em primeira mão a dinâmica das negociações de paz com o governo, como revelou o presidente da ONG Fundação Paz e Reconciliação, Leão Valência, ex-guerrilheiro do ELN.

Teriam participado do encontro Gabino e o máximo chefe das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como Timochenko.


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