Folha de S. Paulo


Reformista, Paulo 6º criou reunião de bispos

Beatificado logo após o fim de uma reunião da igreja em que se discutiram mudanças, o italiano Paulo 6º, cujo nome era Giovanni Montini, ficou conhecido pelas reformas que fez durante seu papado, entre 1963 e 1978.
Foi o agora beato que instituiu o Sínodo dos Bispos, para manter discussões entre conservadores e progressistas da igreja, após ter encerrado o Concílio Vaticano 2º -cujo objetivo era modernizar a instituição, entre 1962 e 1965.

"Estamos fazendo todos os nossos esforços para adaptar nossas maneiras e métodos () a uma sociedade em constante mudança", diz uma carta apostólica que Paulo 6º divulgou em 1965.

O pontífice inaugurou muitas práticas, como parar de usar a tiara papal, em forma de colmeia com pedras preciosas cravejadas. "Foi para mostrar que a autoridade do papa não está ligada a nenhum poder temporal", disse o cardeal Giovanni Battista Re. A joia foi vendida, e o dinheiro, dado aos pobres.

No campo dos costumes, Paulo 6º seguiu linha conservadora. Assinou importantes encíclicas como a "Humanae Vitae", documento que rejeita o uso da maior parte dos métodos contraceptivos.

No altar da missa de beatificação, foi exposta a camiseta ensanguentada usada por Paulo 6º quando, em 1970, um pintor boliviano o apunhalou duas vezes. Ele se salvou, e só morreria oito anos depois, após ter um infarto.


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