Folha de S. Paulo


Manifestantes tentam retomar acampamento em Hong Kong

Novos confrontos foram registrados nesta sexta-feira (17) em Hong Kong quando manifestantes pró-democracia tentaram retomar um acampamento em um bairro densamente populado e que a polícia havia desmantelado horas antes.

A polícia usou gás de pimenta e cassetetes para fazer os manifestantes retrocederem quando tentavam ocupar novamente uma via principal de Mongkok, na parte continental de Hong Kong,

Durante a madrugada, a polícia de Hong Kong desmantelou o acampamento, retirando barricadas e barracas.

Como a retirada foi feita de madrugada, a polícia enfrentou pouca resistência, ao contrário dos últimos dias, em que violentos confrontos aconteceram em outras regiões com protestos.

Um grande número de viaturas policiais estava bloqueando o acesso para a área de protesto em Mong Kok, tentando impedir outros manifestantes de entrar. Cerca de 800 policiais estavam envolvidos na ação, acrescentou.

Os manifestantes, que ocupam partes da cidade há três semanas, têm exigido democracia plena para a antiga colônia britânica e querem a renúncia do chefe-executivo da cidade, Leung Chun-ying.

Leung tentou nesta quinta-feira reduzir as tensões com os manifestantes, dizendo que ele espera que os dois lados pudessem conversar na próxima semana.

O principal grêmio estudantil de Hong Kong acolheu a oferta com prudência: "vamos ver como reagem as pessoas aqui", declarou Lester Shum, subsecretário-geral da Federação de Estudantes de Hong Kong (HKFS).

"Estou tão furioso. O governo disse que iria conversar com os estudantes sobre essas questões, então, vem e desmonta a nossa base. Isso não é o jeito certo de fazer as coisas," disse Cony Cheung, 21, uma vendedora de produtos para a pele.

A ação surpresa acontece dias depois que centenas de policiais usaram marretas e serras elétricas para derrubar as barricadas erguidas pelos manifestantes para abrir uma avenida importante.

Em agosto, Pequim disse ao povo de Hong Kong que eles poderiam votar para ter o seu próprio líder em 2017, mas restringiu os candidatos aos que são a favor da China.


Endereço da página:

Links no texto: