Folha de S. Paulo


Sem remédios experimentais, paciente de ebola luta por sua vida nos EUA

Thomas Eric Duncan, a primeira pessoa a ser diagnosticada com ebola nos EUA, lutava no domingo (5) por sua vida em um hospital de Dallas, no Texas, e parece não estar recebendo nenhum remédio experimental para combater o vírus, disse Tom Frieden, diretor do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos EUA.

Duncan adoeceu depois de chegar a Dallas vindo da Libéria há duas semanas, aumentando os temores de que a pior epidemia do ebola pudesse se espalhar da África Ocidental, onde começou em março. A febre hemorrágica deixou ao menos 3.400 mortos entre os 7.490 casos prováveis, suspeitos e confirmados.

"O homem em Dallas, que luta por sua vida, é o único paciente a desenvolver ebola nos EUA", disse Frieden, que atualizará o presidente Barack Obama sobre o caso na segunda-feira (6).

Editoria de Arte/Folhapress

Segundo Frieden, doses do remédio experimental ZMapp "acabaram" e o medicamento, produzido pela Mapp Biopharmaceutical, "não estará disponível em breve".

Questionado sobre uma segunda droga experimental, produzida pela canadense Tekmira Pharmaceuticals Corp, ele afirmou que "é muito difícil para os pacientes tomá-la".

O médico e a família do paciente teriam de decidir usar o remédio, afirmou Frieden, acrescentando que, "se quiserem, terão acesso a ela".

"Pelo que entendemos, remédios experimentais não estão sendo usados [por Duncan]", afirmou. "Realmente depende de seus médicos, dele mesmo e de sua família decidir qual tratamento adotar."

SEM-TETO

Paralelamente, autoridades disseram que um sem-teto que era procurado por ter tido um possível contato com Duncan foi encontrado neste domingo (5) no Texas após várias horas de busca.

O desabrigado não está no grupo de dez pessoas que definitivamente tiveram contato com o liberiano de 42 anos, que está no um hospital desde o dia 28. Nesse grupo estão sete funcionários de saúde e três membros da família ou de sua comunidade, disse Frieden.

Apesar disso, ele faz parte de um grupo maior de 38 pessoas que podem ter tido alguma exposição a Duncan quando ele mostrou sintomas da doença depois de chegar aos EUA vindo da Libéria no dia 20.

O juiz do condado de Dallas, Clay Jenkins, caracterizou o homem, que não foi identificado, de "baixo risco". Autoridades o monitoraram no sábado (4), mas querem medir sua temperatura regularmente para se assegurar de que ele não tem febre, que é um possível sintoma da infecção do ebola.

Segundo Jenkins, o sem-teto receberá uma avaliação mental no Hospital Parkland de Dallas. Há chances de que o homem seja posto em um abrigo para permitir a funcionários de saúde ter acesso direto a ele diariamente.

Quatro membros da família que abrigou Duncan em seu apartamento no nordeste de Dallas estão em isolamento. Elas, porém, não mostraram até agora sinais de contaminação.


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