Folha de S. Paulo


EUA confirmam primeiro caso de ebola diagnosticado no país

Os Estados Unidos confirmaram o primeiro caso de ebola diagnosticado no país. O infectado é um homem que saiu da Libéria em 19 de setembro e chegou ao Texas no dia seguinte, para visitar parentes que moram lá.

Ele começou a apresentar sintomas quatro dias depois. Equipes do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos EUA estão identificando todas as pessoas que tiveram contato com o doente e que podem, portanto, ter se contaminado.

"Provavelmente um punhado de membros da família e um a três membros da comunidade tiveram contato com o doente", disse Thomas Frieden, diretor do CDC.

Eles serão monitorados por 21 dias (o período máximo de incubação da doença) e terão sua temperatura medida duas vezes por dia. A qualquer sinal de febre, que é um dos sintomas da doença, entram no isolamento.

"Não tenho dúvidas de que o ebola não vai se disseminar amplamente neste país", disse Friedan. "É certamente possível que alguém que tenha mantido contato com o doente possa desenvolver ebola nas próximas semanas. Mas vai parar aí."

Ele descartou a possibilidade de o paciente ter infectado outros passageiros no voo que o trouxe da Libéria. "Ele ainda não apresentava sintomas, há zero chance de contágio dentro do avião; por isso não vamos identificar o voo", ele disse. Frieden falou ontem com o presidente americano, Barack Obama, para dar detalhes sobre a situação.

O diretor do CDC reiterou algumas vezes que o vírus só é transmitido por um paciente que já é sintomático, ou seja, que tenha febre, vômitos, diarreia ou sangramentos.

"Nós vamos conter o ebola, porque temos fortes medidas de controle e estrutura para identificar e monitorar pessoas que tenham mantido contato com o doente", afirmou.

No dia 24 de setembro, quatro dias após chegar nos EUA, o paciente começou a manifestar sintomas. Ele buscou ajuda médica na sexta (26) e foi internado no Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas, no domingo (28).

Na última segunda (29), o CDC confirmou o diagnóstico. O paciente está em "estado crítico" no hospital.

É a primeira vez que um caso de ebola é diagnosticado fora do continente africano.

Dois americanos, um médico e uma missionária, foram tratados em um hospital em Atlanta, mas eles receberam o diagnóstico na Libéria e foram transportados com todo os tipos de controle, em isolamento.

A epidemia infectou 6.574 pessoas, causando 3.091 mortes, na Libéria, Serra Leoa, Guiné, Senegal e Nigéria.


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