Folha de S. Paulo


Obama diz que não está sozinho e que ataques na Síria continuarão

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira (23) que irá seguir com a estratégia do país de atacar membros do Estado Islâmico no Iraque e na Síria com o apoio de uma coalizão de países.

Em discurso na Casa Branca, Obama agradeceu aos militares que realizaram os primeiros bombardeios na Síria na madrugada desta terça.

Os Estados Unidos, com o apoio de seus aliados árabes, atingiram alvos do EI, incluindo campos de treinamento, bases e suprimentos de armas nas províncias de Raqqa e Deir al-Zor.

Obama reforçou que os EUA não enfrentam sozinhos o EI e nomeou os parceiros na ofensiva: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Bahrein e Qatar.

Uma coalizão de cerca de 40 países foi criada sob a liderança americana para combater o EI. "A força desta coalizão mostra ao mundo que os EUA não está lutando sozinho", disse Obama.

Obama, que falou antes de viajar a Nova York para a Assembleia Geral da ONU, disse que irá continuar buscando apoio para a coalizão.

Editoria de Arte/Folhapress

Os grupos radicais Frente al-Nusra, filiada da Al Qaeda na Síria, e Khorasan, comandado por combatentes veteranos da Al Qaeda, também foram alvos.

Ataques aéreos no Iraque, onde o EI também detém territórios, vem sendo realizados desde agosto, em coordenação com o governo iraquiano.

Os países ocidentais, porém, rejeitam cooperar com o regime sírio e pedem o fim do governo de Bashar al-Assad.

Obama não esclareceu se o governo sírio foi avisado sobre os ataques. Segundo a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, os EUA não alertaram Damasco.

O embaixador da Síria na ONU, Bashar Ja'afari, disse ter sido avisado pela embaixadora americana, Samantha Power, o que Psaki confirmou.

O governo sírio afirma que recebeu uma carta do secretário de Estado americano, John Kerry, horas antes dos ataques, por meio do governo iraquiano.

SEM TOLERÂNCIA

"Os Estados Unidos não vão tolerar paraísos seguros para terroristas que ameaçam americanos", disse Obama sobre o ataque na Síria.

"Vamos fazer o que for necessário para combater esse grupo terrorista", completou.

Obama disse ainda que apoia os rebeldes moderados na Síria, que lutam contra o EI e contra as forças de Assad na guerra civil que já dura três anos.

Na semana passada, o Congresso dos Estados Unidos aprovou o plano de Obama de US$ 500 milhões para treinar os sírios.

PENTÁGONO

O Pentágono disse nesta terça que a participação dos aliados árabes variou entre patrulhas aéreas e ataques em alvos.

O general William Mayville disse que os ataques eram o começo de uma campanha contra o EI na Síria.

Ele detalhou que os ataques foram feitos em três etapas entre 20h30 e 12h (21h30 e 01h em Brasília).

Mayville mostrou fotos de alvos bombardeados pelos EUA, como centros de controle e financeiro do EI em Raqqa e uma área residencial usada para treinamento em Albu Kamal, na fronteira com o Iraque.

O militar disse ainda que o grupo Khorasan tinha intenção de atacar países ocidentais, inclusive os EUA, e, por isso, foram alvo do bombardeio.

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