Folha de S. Paulo


EUA veem grupo sírio como ameaça maior que o Estado Islâmico

Um grupo com atuação na Síria liderado por um dos homens de confiança de Osama bin Laden representa hoje uma ameaça ainda maior que o Estado Islâmico (EI) para os EUA e a Europa, segundo fontes do governo americano consultadas pelo jornal "The New York Times".

Apesar da ofensiva dos EUA contra a milícia radical, funcionários de inteligência e de segurança nacional do país disseram ao jornal que o grupo Khorasan oferece um risco maior de ataques aos territórios americano e europeu do que o EI, cujo foco seria criar um regime islâmico na Síria e no Iraque.

Até então relativamente desconhecido, o Khorasan teve seu nome citado na última quinta-feira (18) pelo diretor de inteligência nacional, James Clapper, durante audiência em Washington.

Clapper disse: "em termos de ameaça ao território americano, o Khorasan pode representar tanto risco quando o Estado Islâmico".

O grupo teria surgido na Síria no último ano, liderado por Muhsin al-Fadhli ""que, segundo o Departamento de Estado, estaria entre o pequeno grupo de aliados de Bin Laden que sabiam, com antecedência, dos ataques de 11 de Setembro de 2001.

Para as fontes de inteligência citadas pelo "NYT", a atenção voltada para o EI –principalmente após a execução de dois jornalistas americanos pelo grupo na Síria– fez com que se "distorcesse" a visão sobre real ameaça terrorista que emergiu com a guerra civil na Síria.

A Frente al-Nusra, afiliada da Al Qaeda no país, e o Khorasan seriam os grupos que apresentam maior risco de atentados a EUA e Europa.

O Khorasan é descrito por agentes de inteligência como uma célula formada por combatentes veteranos da Al Qaeda que atuavam não só no Afeganistão e no Paquistão, mas também na África e no Oriente Médio. Eles estariam "particularmente interessados" em organizar ataques com explosivos.

O governo Obama tem repetido que não houve ainda qualquer indício real de um possível atentado por parte do EI. Segundo a CBS News, contudo, uma possível ameaça de atentado do Khorasan teria levado a um endurecimento na fiscalização em aeroportos pelo mundo, que fez com que fossem banidos dos voos celulares e laptops com bateria descarregada.


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