Folha de S. Paulo


Ucrânia, Rússia e separatistas voltam a discutir processo de paz

Emissários de Kiev, de Moscou e dos separatistas da Ucrânia se reúnem nesta sexta-feira (19), em Minsk, para prosseguir com as discussões sobre um processo de paz no leste ucraniano.

Após o cessar-fogo entre separatistas e as forças ucranianas, assinado entre Kiev e os rebeldes em 5 de setembro, o presidente ucraniano Petro Poroshenko propôs que se garanta um "estatuto especial" de maior autonomia às regiões separatistas, acompanhado de eleições locais a serem realizadas em dezembro.

A União Europeia (UE) e os Estados Unidos acusam a Rússia de atacar a soberania da Ucrânia ao ajudar os rebeldes com armas e tropas.

O presidente Barack Obama recebeu na quinta-feira (18) o líder ucraniano na Casa Branca e o felicitou por sua decisão de conceder mais autonomia à região separatista. A questão da autonomia asos separatistas era um dos pontos do plano de paz acertado com a Rússia.

"Infelizmente, o que vimos também foi uma agressão russa, primeiro na Crimeia e, mais recentemente, em partes do leste da Ucrânia", disse Obama.

Obama disse que as ações da Rússia violaram a soberania da ex-república soviética e foram planejadas também para comprometer os esforços de Poroshenko por reformas.

O líder ucraniano voltou a pedir a retirada das tropas russas de seu território, o fechamento da fronteira com a Rússia para a passagem de tropas e munições e a libertação de reféns ucranianos.

Pouco antes da visita, a Casa Branca anunciou o desbloqueio de US$ 46 milhões em ajuda militar não letal ao país.

SOLDADOS RUSSOS

Em seu discurso ante o Congresso americano, Poroshenko advertiu sobre o potencial de uma nova Guerra Fria, mas destacou que ainda há uma oportunidade genuína para a paz em curto prazo.

"Estou convencido de que as pessoas na Ucrânia e as pessoas na Rússia têm boa vontade suficiente para dar à paz uma última oportunidade e prevalecer contra o espírito do ódio", destacou.

A Ucrânia acusou na quinta-feira a Rússia de mobilizar 4.000 soldados na fronteira entre a Ucrânia e a península da Crimeia, integrada em março ao território russo.


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