O primeiro-ministro do Reino Unido, o conservador David Cameron, garantiu nesta sexta-feira (19) que cumprirá a promessa de entregar mais autonomia à Escócia após o plebiscito sobre a independência realizado na quinta (18).
Em declaração perante a residência oficial de Downing Street, Cameron disse que os partidos britânicos cumprirão com a transferência de mais poderes à Escócia em matéria fiscal e do estado de bem-estar.
Ele espera que a legislação correspondente esteja pronta já em janeiro.
O primeiro-ministro britânico também expressou sua satisfação pela decisão do povo escocês de manter juntas as "quatro nações", após a vitória do "não" à separação no plebiscito.
"Agora é o momento de nosso Reino Unido se unir e seguir adiante. Uma parte vital disso é um acordo equilibrado, justo para a população da Escócia e, o que é importante, para todos na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte também", acrescentou.
O primeiro-ministro britânico considerou que, da mesma forma que a Escócia terá mais autonomia, as outras três nações que formam o Reino Unido também deverão ter mais poder sobre seus assuntos.
O primeiro-ministro do governo autônomo da Escócia, Alex Salmond, reconheceu nesta sexta-feira a derrota no plebiscito de independência e disse que aceitava "o veredicto" do povo escocês.
Em um ato em Edimburgo, no qual foi recebido por uma grande ovação, Salmond agradeceu à Escócia "pelos 1,6 milhões de votos a favor da independência" e louvou a forma como transcorreu a campanha e o plebiscito.
DEMOCRACIA
O primeiro-ministro defendeu sua decisão de aceitar a realização da consulta uma vez que o Partido Nacionalista Escocês (SNP), de Alex Salmond, tinha obtido uma expressiva vitória nas urnas nas eleições escocesas de 2011.
Cameron disse que não podia bloquear a convocação desse plebiscito porque é um "democrata" e era "correto respeitar" a vontade da população da Escócia.
De acordo com os resultados definitivos, 55,3% dos escoceses votaram contra a independência do país do Reino Unido e 44,7% a favor.