Folha de S. Paulo


Ucrânia e União Europeia ratificam acordo político e econômico

A Ucrânia e a União Europeia (UE) ratificaram nesta terça-feira (16) um acordo de associação, uma medida que distancia ainda mais a ex-república soviética da influência russa.

A ratificação foi anunciada pouco depois da aprovação em Kiev de leis que garantem maior autonomia às regiões pró-Rússia do leste do país e preveem eleições para 7 de dezembro, assim como uma anistia para os soldados e os separatistas que se enfrentam há cinco meses.

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O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, considerou que a adoção do acordo, aprovada pelos 355 deputados presentes, significa um primeiro passo para a adesão à União Europeia (UE).

"A votação de hoje é a eleição da civilização da Ucrânia. Ucrânia é Europa", disse o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk.

O Parlamento Europeu reunido em Estrasburgo, no leste da França, também ratificou o acordo com 535 votos a favor, 127 contra e 35 abstenções.

"Este é um momento histórico", disse o presidente da Eurocâmara, Martin Schulz.

O acordo, que inclui capítulos políticos e econômicos e que foi assinado em junho, continua sendo apenas simbólico, já que os aspectos comerciais foram adiados e não entrarão em vigor até dezembro de 2015 –uma medida para facilitar o diálogo com a Rússia, que se opõe ao acordo.

O adiamento foi estabelecido na sexta-feira (12) com um acordo entre Kiev, Bruxelas e Moscou.

CRISE

No fim de 2013, o então presidente ucraniano, Viktor Yanucovich, desistiu do acordo de associação com a Europa em troca de uma aproximação com Moscou, provocando protestos que levaram à sua queda.

Yanucovich foi substituído por Poroshenko, mais alinhado com a UE.

Por isso, desde abril, regiões do leste da Ucrânia de maioria étnica russa declararam independência, gerando combates com o Exército ucraniano.

Desde o último dia 5, as partes cumprem um cessar-fogo como parte de um plano de paz acertado entre a Ucrânia e a Rússia.

Os países ocidentais acusam a Rússia de apoiar militarmente os separatistas, o que Moscou nega.


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