Folha de S. Paulo


EUA formam coalizão para deter milícia Estado Islâmico

O governo americano conseguiu, nesta quinta-feira (11), o apoio de dez países árabes para formar uma coalizão na ofensiva contra a milícia radical EI (Estado Islâmico). Mas deverá enfrentar a resistência da Rússia.

A adesão de Egito, Arábia Saudita, Qatar, Jordânia, Líbano, Iraque, Omã, Emirados Árabes, Kuait e Bahrein foi confirmada ao secretário de Estado americano, John Kerry, horas depois do presidente Barack Obama anunciar disposição em atacar os extremistas em território sírio.

Os governos da região terão um papel não só em evitar que a facção recrute mais estrangeiros, mas também contribuirão "como apropriado" na campanha militar.

Editoria de Arte/Folhapress

O governo russo, que apoia o regime de Bashar al-Assad, alertou que conduzir ataques aéreos à Síria sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU seria "um ato de agressão e uma grave violação do direito internacional". A Rússia é, como os EUA, um dos cinco países com poder de veto no Conselho.

O discurso foi repetido pelo governo Assad. "Qualquer ação de qualquer tipo sem o consentimento do governo sírio será um ataque à Síria", disse o ministro da Reconciliação Nacional, Ali Haidar. Na noite de quarta-feira (10), Obama deixou claro que "não pode contar com o regime de Assad" na luta contra os radicais. O EI tem combatido as forças do regime, mas também os rebeldes mais moderados, que são contrários ao governo sírio. A estratégia de Obama é treinar e armar esse último grupo.

Segundo fontes do governo citadas pela rede CNN, aviões americanos já estariam mapeando os possíveis alvos de bombardeio na Síria.

Após o chanceler britânico, Philip Hammond, dizer, na manhã desta quinta, que o Reino Unido não se somaria aos bombardeios americanos à Síria, um porta-voz do primeiro-ministro David Cameron assegurou que isso "não está descartado".

Diante da iminência de um ataque, civis sírios já começaram a deixar as cidades usadas como base pelo EI no país, como Raqqa.

Internamente, Obama recebeu apoio do principal líder da oposição no Congresso, o presidente da Câmara, John Boehner. O presidente pediu apoio ao Legislativo para treinar e armar os rebeldes sírios.

"O presidente deixou claro que não quer enviar soldados para o confronto. Bem, mas alguém terá que lutar", disse Boehner. "Neste momento, é importante dar ao presidente o que ele pediu."

Em discurso por ocasião do 13º aniversário dos ataques do 11 de Setembro, nesta quinta, Obama disse que os EUA mantiveram sua força e seu orgulho diante da conspiração de "mentes pequenas e odiosas". "Guiados pelos valores que nos sustentam, só vamos ficar ainda mais fortes", declarou.


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