Folha de S. Paulo


Separação do Reino Unido pode excluir Escócia da Rio-2016

A chance real de a Escócia se separar do Reino Unido deve intensificar as discussões sobre mudanças que ocorreriam em curto prazo, não só nas áreas políticas e econômicas, mas também esportiva, militar e de imigração.
Hoje, a Escócia disputa os Jogos Olímpicos ao lado de Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte, seus parceiros de Reino Unido (embora o nome adotado nos jogos seja Grã-Bretanha).

Com a independência, participaria com uma equipe própria. Entretanto, o escocês Craig Reedie, vice-presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), alertou nos últimos dias para o risco de a Escócia ficar fora da Olimpíada do Rio, em 2016.

Isso porque, com a vitória do "sim", a separação terá efeito oficial exatamente em 2016, quando um novo parlamento será eleito na Escócia.

Segundo Reedie, não haveria tempo hábil para o país estabelecer um comitê olímpico reconhecido e selecionar atletas para os Jogos -uma solução seria permitir que eles competissem pela Grã-Bretanha, ao menos no Rio.

Outra questão é como ficaria o controle de fronteira para quem vive no Reino Unido entrar na Escócia. Segundo as autoridades, valeria a mesma regra da independente Irlanda: o trânsito é livre entre os moradores da região.

A mudança mais perceptível provavelmente seria para os estrangeiros, que passariam a ter passaporte controlado, já que a Escócia deixaria de ser membro não só do Reino Unido, mas automaticamente da União Europeia (UE), até que requisitasse entrar no bloco novamente.

Além disso, a virada das pesquisas já leva lideranças a cogitarem adiar as eleições gerais marcadas para maio de 2015. O objetivo seria adequá-las constitucionalmente sem os votos da Escócia.

O referendo já opôs duas celebridades escocesas. Alex Ferguson, que foi técnico do clube inglês Manchester United por 26 anos, é contra. O ator Sean Connery, famoso na pele de James Bond, pede votos ao "sim".


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