Folha de S. Paulo


Facção islâmica torturou reféns com simulação de afogamento, diz jornal

Ao menos quatro reféns da facção Estado Islâmico (EI) na Síria, incluindo o jornalista americano assassinado James Foley, foram torturados com simulações de afogamento no começo do seu cativeiro, revela o jornal "The Washington Post" nesta quinta-feira (29).

Estas práticas aconteceram logo no início de seu cativeiro –Foley foi sequestrado em novembro de 2012– e se repetiram várias vezes, relataram ao jornal fontes conhecedoras da situação dos reféns.

Foley foi decapitado pelos extremistas em represália aos ataques aéreos americanos no Iraque. O assassinato de Foley, divulgado este mês em um vídeo, aumentou a pressão da opinião pública para que o governo Obama intervenha também na Síria para conter os radicais.

Nesse mesmo vídeo, o EI ameaça matar outro jornalista americano, Steven J. Sotloff.

Fontes envolvidas nas tentativas de libertar os reféns confirmaram à AFP que a simulação de afogamento foi aplicada a ao menos um sequestrado.

Nem a família de Foley nem o FBI confirmaram que os reféns do EI na Síria tenham sido vítimas destas práticas.

Na simulação de afogamento, a vítima é imobilizada (atada a uma cadeira ou pendurada de cabeça para baixo), tem o rosto coberto e a água é jogada por cima, penetrando imediatamente nas vias respiratórias causando uma sensação de asfixia.

A técnica foi usada pela CIA durante interrogatórios de supostos terroristas da rede terrorista Al Qaeda após os atentados de 11 de setembro de 2011, em especial na base de Guantánamo, em Cuba. O presidente Barack Obama proibiu este método ao chegar à Casa Branca e o condenou por ser uma forma de tortura.

Segundo o "Post", os reféns estavam na Província síria de Raqqa, principal cidade do califado (Estado que segue as leis islâmicas) que o EI quer instaurar na Síria e no Iraque.


Endereço da página: