Folha de S. Paulo


Primeiro-ministro israelense diz que Hamas não foi atendido em trégua

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira (27) que o grupo radical palestino Hamas não teve suas exigências atendidas para assinar um cessar-fogo na faixa de Gaza.

A trégua, iniciada na terça (26), deu fim à operação Margem Protetora. Nos 50 dias de conflito, 69 pessoas morreram do lado de Israel, sendo 64 soldados. Em Gaza, foram mais de 2.200 palestinos mortos.

Em entrevista, o chefe de governo considerou que o Hamas "não sofria uma derrota desta magnitude desde sua criação". "Nós destruímos túneis de ataque, matamos cerca de mil soldados inimigos, destruímos milhares de foguetes e centros de comando".

Netanyahu disse ter concordado com permitir a entrada de ajuda humanitária e material de construção para reconstruir Gaza por razões humanitárias, mas sob o controle do Estado judaico.

"Para assinar o cessar-fogo, o Hamas exigia um porto e um aeroporto em Gaza, a libertação de prisioneiros palestinos, a mediação do Catar e da Turquia, o pagamento de salários, além de outros pedidos, mas, mais uma vez, não obteve nada".

Para o primeiro-ministro, ainda é muito cedo para saber se a calma vai durar no longo prazo. "Nós não vamos tolerar qualquer disparo contra Israel e nossa resposta será ainda mais forte", insistiu.

A um jornalista que perguntou sobre o fato de o Hamas estar cantando vitória, Netanyahu sugeriu não "ficar impressionado com suas festas, porque o Hamas sabe o alto preço que pagou".

Questionado sobre o futuro das negociações com os palestinos, o primeiro-ministro israelense recusou-se a dar detalhes, mas garantiu que Israel "ficaria feliz em ver Mahmoud Abbas no poder em Gaza".

Um canal de televisão israelense havia publicado uma pesquisa minutos antes de sua coletiva de imprensa, mostrando uma significativa queda no nível de popularidade de Netanyahu.

De acordo com a pesquisa, apenas 32% dos israelenses acreditam que o primeiro-ministro conduziu de maneira correta a operação de combate ao Hamas, contra 59% que acham que ele não esteve à altura do problema.

A pesquisa também revelou que 54% dos israelenses se opõem ao cessar-fogo, contra 37% que o apoiam.


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