Folha de S. Paulo


Comboio humanitário para a Ucrânia retorna à Rússia

Todos os caminhões do comboio humanitário russo com ajuda para os territórios controlados pelos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia retornaram para a Rússia neste sábado, anunciou a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).

"O retorno do comboio está completo", declarou por telefone à AFP Paul Picard, chefe da missão de observação da OSCE no posto de fronteira conhecido como Donetsk.

O comboio havia atravessado a fronteira em direção à Ucrânia sem autorização de Kiev, na última sexta (22).

Um porta-voz militar uraniano afirmou à agência Reuters que, "de acordo com nossas informações, até as 13h [no horário local] foi confirmada a saída de 184 veículos russos do território da Ucrânia".

Ele disse ainda que a saída ocorreu pelo mesmo posto de fronteira pelo qual o comboio havia entrado, perto ao povoado de Izvaryne. Nenhuma revista ou inspeção foi realizada por autoridades de segurança ou aduaneiras durante a entrada.

Na sexta, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, havia dito que a entrada do comboio representou uma violação do direito internacional e apelou a Moscou para colocar a situação de volta ao marco legal internacional.

Paul Ricard, observador da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), disse que apenas 34 passaram por uma inspeção entre quinta-feira (21) e a madrugada de sexta-feira, mas que a carga dos demais não foi inspecionada.

AJUDA

Os caminhões, carregados com água, geradores e sacos de dormir enviados por Moscou, são destinados aos civis na cidade de Lugansk, no leste de Ucrânia, onde ocorrem combates entre separatistas pró-russos e forças do governo ucraniano. A cidade está cercada pelo Exército e há mais de três semanas falta água, luz e a rede de telefonia está inoperante.

Minutos antes da entrada dos caminhões, a chancelaria russa havia anunciado que o comboio com ajuda humanitária russa para a população do leste da Ucrânia entraria no país mesmo sem autorização do governo de Kiev.

Os caminhões ficaram estacionados na fronteira por mais de uma semana, levando o ministério das Relações Exteriores da Rússia a criticar Kiev por dificultar a entrega.

"Todos os pretextos destinados a retardar a entrega de ajuda às zonas em situação de catástrofe humanitária se esgotaram. A Rússia decidiu agir. Nosso comboio com ajuda humanitária está seguindo para Lugansk", afirma um comunicado do ministério das Relações Exteriores.


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