Folha de S. Paulo


Inteligência britânica tenta identificar membro do EI que matou jornalista

Os serviços de inteligência britânicos tentam identificar o membro da facção radical Estado Islâmico (EI) que matou o jornalista americano James Foley.

Em vídeo divulgado na terça (19), o executor de Foley fala com sotaque britânico. Ele seria um dos muitos britânicos recrutados pelo EI, que domina regiões da Síria e do Iraque.

Fontes disseram ao jornal britânico "Guardian" que o rebelde era conhecido como John, e acredita-se que ele seja o líder de um grupo de combatentes britânicos que mantém reféns estrangeiros na cidade síria de Raqqa, um reduto dos rebeldes do EI.

O primeiro-ministro britânico David Cameron, que havia interrompido as férias para comentar o vídeo, já retomou o período de descanso.

Fontes do governo dizem que aumentará a vigilância a cerca de 250 cidadãos do Reino Unido que provavelmente voltaram da Síria depois de lutar pelo EI.

Estima-se que entre 400 e 500 rebeldes britânicos permanecem na Síria e no Iraque.

Segundo o "Guardian", fontes do governo disseram que o poder de revogar passaportes, com o objetivo de impedir que as pessoas viajem ao exterior, tinha sido utilizado em apenas 23 vezes em 2014. A cidadania britânica foi revogada sete vezes.

REBELDES

Em sua tentativa de compreender o fenômeno, as autoridades concordam que é particularmente difícil estabelecer um retrato dos jovens combatentes britânicos, com suas diferentes motivações.

Eles são religiosos, revelam um desejo de maior justiça, expressam um desconforto ou uma rejeição à sociedade ou ainda um desejo de aventura.

Os interessados vêm de todo o país, das periferias pobres, como Luton em Londres, passando por cidades da região, como Manchester, Cardiff ou Portsmouth.

Além disso, apresentam níveis muito variados de educação, de analfabetos até jovens estudantes.

O mais jovem seria Jaffar Deghayes, de 16 anos, originário de Brighton.

Abdul Waheed Majeed, seria, por sua vez, o primeiro homem-bomba britânico morto na explosão do caminhão-bomba que dirigia na Síria. Originalmente de West Sussex, ele tinha 41 anos e era pai de três filhos.


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