Folha de S. Paulo


OMS pede que países afetados pelo ebola examinem passageiros

Autoridades dos países afetados pelo surto de ebola devem examinar as pessoas que partem pelos aeroportos internacionais, portos marítimos e principais passagens de fronteira por terra para impedir qualquer indivíduo com sinais de infecção pelo vírus de viajar, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (18).

Em comunicado, a agência de saúde da ONU reiterou ser pequeno qualquer risco de infecção pelo ebola a bordo de uma aeronave, e afirmou não haver necessidade de restrições mais amplas a viagens e comércio.

Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa são os países afetados pelo atual surto de ebola, que já resultou em mais de 1.000 mortes.

"Qualquer pessoa com sintomas consistentes com o ebola não deve ter permissão de viajar a menos que a viagem seja parte de uma retirada médica apropriada", diz o texto.

NIGÉRIA

A Nigéria tem 12 casos confirmados do vírus ebola –eram dez na semana passada.

O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira que cinco pessoas já estão quase totalmente recuperadas.

O comunicado diz ainda que 189 pessoas em Lagos e seis outras na cidade de Enugu ainda estão sob vigilância.

LIBÉRIA

Os 17 doentes de ebola que no fim de semana escaparam de um centro de isolamento invadido e saqueado por homens armados com cassetetes e facas em Monróvia, a capital da Libéria, ainda eram procurados nesta segunda-feira.

"Até esta manhã seguíamos buscando estes 17 doentes que fugiram do campo, mas ainda não os encontramos", declarou à AFP o ministro de Informação, Lewis Brown.

"O pior é que os que saquearam o centro pegaram colchões e toalhas manchadas de fluidos dos corpos dos doentes. Nos arriscamos a ficar em uma situação difícil de controlar", declarou.

Brown, porta-voz oficial designado pela presidente Ellen Johnson Sirleaf para todas as questões relacionadas ao ebola, sugeriu a possibilidade de colocar em quarentena o bairro de West Point, de 75.000 habitantes, onde o centro havia sido instalado recentemente em uma escola.

"Provavelmente todos esses bandidos que saquearam o centro portam agora o vírus do ebola. Uma solução poderia ser colocar o bairro em quarentena", disse.

Segundo várias testemunhas, os criminosos gritavam palavras hostis à presidente Sirleaf e diziam que não há ebola no país.


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