Folha de S. Paulo


Premiê do Iraque pede que Forças Armadas não interfiram na política

O atual primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, ordenou nesta terça-feira (12) que as Forças Armadas do país fiquem de fora da crise política do país, que escolheu na segunda (11) seu novo primeiro-ministro.

O Maliki é comandante-em-chefe das Forças Armadas iraquianas e observadores temem que ele possa interferir na nomeação de seu sucessor, Haidar al-Abadi.

"As Forças Armadas devem se manter à margem da crise política e continuar com suas tarefas militares e de segurança para defender o país", disse Maliki, que segue à frente dos militares até que Abadi assuma o governo.

Abadi, membro da coalizão de Maliki, que venceu as eleições legislativas de abril, foi nomeado pelo presidente Fuad Masum e tem 30 dias para formar um novo governo.

Maliki, que queria um terceiro mandato como premiê, disse que a nomeação de Abadi é uma violação da Constituição, provocando temores de que ele não aceite o novo governo.

No domingo (10), forças de segurança pró-Maliki ocuparam áreas de Bagdá.

Também no domingo, Maliki fez um discurso no qual acusou Masum de violar a Constituição por violar os prazos para escolha do premiê. Depois de eleito pelo parlamento -o que aconteceu em 24 de julho, o presidente tem 15 dias para nomear o premiê.

O xiita Maliki é criticado pelo seu autoritarismo e por marginalizar as minorias iraquianas, aumentando a tensão sectária no país. A nomeação de Abadi, também xiita, foi saudada pelos Estados Unidos e Liga Árabe.

O Iraque enfrenta uma ofensiva de radicais islâmicos sunitas no norte do país. A ação do Estado Islâmico ameaça as etnias minoritárias no Iraque, o que levou os EUA a realizarem ataques aéreos contra os militantes radicais.

Editoria de Arte/Folhapress

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