Folha de S. Paulo


Iraque diz que Estado Islâmico matou 500 yazidis e enterrou vítimas vivas

Militantes do Estado Islâmico mataram ao menos 500 membros da minoria étnica iraquiana yazidi durante sua ofensiva no norte do país, afirmou neste domingo (10) o ministro de Direitos Humanos do Iraque.

Mohammed Shia al-Sudani afirmou que os militantes sunitas também enterraram vivas algumas de suas vítimas, incluindo mulheres e crianças. Cerca de 300 mulheres foram sequestradas como escravas, completou ele.

"Temos evidências notáveis obtidas junto aos yazidis que fugiram de Sinjar e a outros que escaparam da morte. Há também imagens da cena do crime que mostram que as gangues do Estado Islâmico executaram ao menos 500 Yazidis após tomarem Sinjar", disse Sudani em entrevista por telefone, em sua primeira declaração à imprensa sobre a questão.

Sinjar é a antiga casa dos yazidis, uma das cidades tomadas pelos militantes sunitas que consideram a comunidade como "adoradores do diabo" e dizem que eles devem se converter ao Islã ou enfrentar a morte.

As declarações do ministro podem aumentar a pressão sobre os Estados Unidos —que têm realizado ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico, em resposta aos últimos avanços do grupo em direção ao norte— para que forneça mais suporte.

"Em algumas das imagens que obtivemos, existem filas de yazidis mortos que levaram tiros na cabeça enquanto os combatentes sunitas comemoram e balançam suas armas sobre os corpos", disse Sudani. "Essa é uma atrocidade cruel."

O Estado Islâmico, que declarou um califado em partes do Iraque e da Síria, levou milhares de yazidis e cristãos a fugirem para salvar suas vidas durante seu avanço para perto da capital regional curda Arbil.

Os yazidis, seguidores de uma religião antiga derivada do zoroastrismo, estão espalhados ao longo do norte do Iraque e fazem parte da minoria curda do país.


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