Folha de S. Paulo


Candidatos à Presidência afegã acertam formar governo de união

Os dois candidatos nas eleições presidenciais do Afeganistão assinaram um acordo de união nacional depois da designação do próximo chefe de Estado.

Durante uma visita a Cabul do secretário americano de Estado, John Kerry, os dois candidatos, Ashraf Ghani e Abdullah Abullah, se comprometeram a trabalhar juntos independentemente de quem for o vencedor do segundo turno das eleições de 14 de junho, submetida atualmente a uma auditoria após denúncias de fraude.

Omar Sobhani/Reuters
o americano John Kerry (dir.) em coletiva com os candidatos Ashraf Ghani e Abdullah Abullah (esq.)
o americano John Kerry (dir.) em coletiva com os candidatos Ashraf Ghani e Abdullah Abullah (esq.)

"Nós nos comprometemos a trabalhar juntos a partir de nossa visão comum pelo futuro de nosso país", declarou Abdullah durante uma coletiva de imprensa conjunta em Cabul com Ashraf Ghani, assim como com Kerry e o chefe da missão da ONU no Afeganistão, Khan Kubis.

Em uma declaração por escrito, os dois candidatos se comprometeram a respeitar os termos do acordo político, que permitirá a colocação em andamento de um governo de unidade nacional, negociado durante a primeira visita de Kerry a Cabul em julho.

EUA

Os Estados Unidos queriam que o Afeganistão, a quem fornece um grande apoio militar e financeiro, já tivesse um chefe de Estado e um governo de união nacional quando ocorrer a cúpula da Otan, nos dias 4 e 5 de setembro em Gales.

Os americanos temem os riscos de instabilidade política neste país que vive sob a ameaça de uma insurreição dos talebans, a poucos meses da retirada das forças da Otan, prevista para o fim do ano.

Kerry chegou na quinta-feira à capital afegã e se reuniu nesta sexta-feira com o presidente em fim de mandato, Hamid Karzai, em uma atmosfera tensa.

Kerry havia feito uma primeira visita urgente a Cabul em julho, devido às fortes tensões entre os dois partidos, e alcançou o acordo de Ghani e Abdullah para realizar uma auditoria integral de 8,1 milhões de votos do segundo turno da eleição presidencial para descartar uma fraude.

Na quinta-feira entre 4 e 5 mil urnas em um total de 23 mil já haviam sido inspecionadas.


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